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Advisor(s)
Abstract(s)
INTRODUCTION:
Coronary artery disease is becoming the leading cause of death in women in Western society. However, the available data shows that women are still underdiagnosed and undertreated with guideline-recommended secondary prevention therapy, leading to a significantly higher rate of in-hospital complications and in-hospital mortality.
OBJECTIVE:
The main objective of this work is to assess the approach to acute coronary syndrome (ACS) in Portugal, including form of presentation, in-hospital treatment and in-hospital complications, according to gender and in three different periods.
METHODS:
We performed an observational study with retrospective analysis of all patients included between 2002 and 2019 in the Portuguese Registry of Acute Coronary Syndromes (ProACS), a voluntary, observational, prospective, continuous registry of the Portuguese Society of Cardiology and the National Center for Data Collection in Cardiology.
RESULTS:
A total of 49 113 patients (34 936 men and 14 177 women) were included. Obesity, hypertension, diabetes (p<0.001 for all) and dyslipidemia (p=0.022) were all more prevalent in women, who were more frequently admitted for non-ST segment elevation ACS (p<0.001), and more frequently presented with atypical symptoms. Women had more time until needle and until reperfusion, which is less accessible to this gender (p<0.001). During hospitalization, women had a significantly higher risk of in-hospital mortality (OR 1.94 [1.78-2.12], p<0.001), major bleeding (OR 1.53 [1.30-1.80], p<0.001), heart failure (OR 1.87 [1.78-1.97], p<0.001), atrial fibrillation (OR 1.55 [1.36-1.77], p<0.001), mechanical complications (OR 2.12 [1.78-2.53], p<0.001), cardiogenic shock (OR 1.71 [1.57-1.87], p<0.001) and stroke (OR 2.15 [1.76-2.62], p<0.001). Women were more likely to have a normal coronary angiogram or coronary lesions with <50% luminal stenosis (p<0.001 for both), and thus a final diagnosis other than ACS. Both during hospitalization and at hospital discharge, women were less likely to receive guideline-recommended secondary prevention therapy.
CONCLUSION:
In women admitted for ACS, revascularization strategies are still underused, as is guideline-recommended secondary prevention therapy, which may explain their higher incidence of in-hospital complications and higher unadjusted mortality.
Introduc¸ão: A doenc¸a arterial coronária está-se a tornar a principal causa de morte no mundo ocidental no género feminino. Contudo, os dados de que dispomos mostram que as mulheres são ainda subdiagnosticadas e subtratadas com as terapias de prevenc¸ão secundária recomendadas, levando a taxas significativamente mais altas de complicac¸ões intra-hospitalares e mortalidade intra-hospitalar. Objetivo: Avaliar a abordagem nacional às síndromas coronárias agudas, incluindo forma de apresentac¸ão, tratamento intra-hospitalar e complicac¸ões intra-hospitalares, de acordo com o género e em três períodos distintos. Métodos: Estudo observacional com análise retrospetiva de todos os doentes incluídos entre 2002 e 2019 no Registo Nacional de Síndromas Coronárias Agudas (RNSCA), um registo voluntário, observacional, prospetivo e contínuo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e do Centro Nacional de Colec¸ão de Dados em Cardiologia. Resultados: Foram incluídos 49 113 doentes (34 936 homens e 14 177 mulheres). Obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus (p < 0,001 para todos) e dislipidémia (p = 0,022) foram mais prevalentes nas mulheres, que são mais frequentemente admitidas por síndroma coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (p < 0,001) e mais frequentemente se apresentam com sintomas atípicos. As mulheres têm tempos mais longos até agulha e até reperfusão, esta última menos frequente neste género (p < 0,001). Durante hospitalizac¸ão, as mulheres têm um risco significativamente maior de mortalidade intra-hospitalar (OR 1,94 [1,78;2,12], p < 0,001), hemorragia major (OR 1,53 [1,30;1,80], p < 0,001), insuficiência cardíaca (OR 1,87 [1,78;1,97], p < 0,001), fibrilhac¸ão auricular (OR 1,55 [1,36;1,77], p < 0,001), complicac¸ões mecânicas (OR 2,12 [1,78;2,53], p < 0,001), choque cardiogénico (OR 1,71 [1,57;1,87], p < 0,001) e acidente vascular cerebral (OR 2,15 [1,76;2,62], p < 0,001). É mais provável que as mulheres tenham uma coronariografia normal ou lesão coronárias com estenose luminal < 50% (p < 0,001 para ambos) e, assim, um diagnóstico final alternativo a síndroma coronária aguda. Seja durante hospitalizac¸ão ou à alta hospitalar, é menos provável que as mulheres recebam as terapias de prevenc¸ão secundária recomendadas. Conclusão: Em mulheres admitidas com síndroma coronária aguda as estratégias de revascularizac¸ão são subutilizadas, assim como as terapias de prevenc¸ão secundária recomendadas, podendo justificar a maior incidência de complicac¸ões intra-hospitalares e maior mortalidade não ajustada.
Introduc¸ão: A doenc¸a arterial coronária está-se a tornar a principal causa de morte no mundo ocidental no género feminino. Contudo, os dados de que dispomos mostram que as mulheres são ainda subdiagnosticadas e subtratadas com as terapias de prevenc¸ão secundária recomendadas, levando a taxas significativamente mais altas de complicac¸ões intra-hospitalares e mortalidade intra-hospitalar. Objetivo: Avaliar a abordagem nacional às síndromas coronárias agudas, incluindo forma de apresentac¸ão, tratamento intra-hospitalar e complicac¸ões intra-hospitalares, de acordo com o género e em três períodos distintos. Métodos: Estudo observacional com análise retrospetiva de todos os doentes incluídos entre 2002 e 2019 no Registo Nacional de Síndromas Coronárias Agudas (RNSCA), um registo voluntário, observacional, prospetivo e contínuo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e do Centro Nacional de Colec¸ão de Dados em Cardiologia. Resultados: Foram incluídos 49 113 doentes (34 936 homens e 14 177 mulheres). Obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus (p < 0,001 para todos) e dislipidémia (p = 0,022) foram mais prevalentes nas mulheres, que são mais frequentemente admitidas por síndroma coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (p < 0,001) e mais frequentemente se apresentam com sintomas atípicos. As mulheres têm tempos mais longos até agulha e até reperfusão, esta última menos frequente neste género (p < 0,001). Durante hospitalizac¸ão, as mulheres têm um risco significativamente maior de mortalidade intra-hospitalar (OR 1,94 [1,78;2,12], p < 0,001), hemorragia major (OR 1,53 [1,30;1,80], p < 0,001), insuficiência cardíaca (OR 1,87 [1,78;1,97], p < 0,001), fibrilhac¸ão auricular (OR 1,55 [1,36;1,77], p < 0,001), complicac¸ões mecânicas (OR 2,12 [1,78;2,53], p < 0,001), choque cardiogénico (OR 1,71 [1,57;1,87], p < 0,001) e acidente vascular cerebral (OR 2,15 [1,76;2,62], p < 0,001). É mais provável que as mulheres tenham uma coronariografia normal ou lesão coronárias com estenose luminal < 50% (p < 0,001 para ambos) e, assim, um diagnóstico final alternativo a síndroma coronária aguda. Seja durante hospitalizac¸ão ou à alta hospitalar, é menos provável que as mulheres recebam as terapias de prevenc¸ão secundária recomendadas. Conclusão: Em mulheres admitidas com síndroma coronária aguda as estratégias de revascularizac¸ão são subutilizadas, assim como as terapias de prevenc¸ão secundária recomendadas, podendo justificar a maior incidência de complicac¸ões intra-hospitalares e maior mortalidade não ajustada.
Description
Keywords
Acute coronary syndrome Female Women's health Portugal
Citation
Rev Port Cardiol. 2020 Feb;39(2):57-72
Publisher
Elsevier