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Abstract(s)
Com o objectivo de fazer um levantamento actuaÌ sobre a situação dos maus tratos às crianças na família, este estudo baseia-se num inquérito nacional dirigido, em 1996, a profissionais da infância (das áreas da saúde,educação e serviço social). Partiu, por um lado, de uma noção abrangente de mau trato infantil, nelas incluindo não só as formas activas de violência contra a
integridade física e psíquica da criança, como ainda as formas de privação, omissão ou negligência (material e afectiva) que comprometem o seu crescimento e desenvolvimento. O estudo privilegiou,por outro,uma perspectiva de contextualização do mau trato. Foram directamente
contactadas 1126 instituições e recebidos 755 inquéritos válidos. Apresentam-se, neste artigo, alguns dos resultados
obtidos, designadamente: uma caractenzação da amostra das 755 crianças maltratadas dos
respectivos contextos sócio-familiares de pertença e agressores, bem como das modalidades de mau trato de que elas são vítimas; uma tipologia deformas de abuso e negligência, caracterizadas não só pela consistência interna de traços directamente
associados ao mau trato, como também pela sua relação com os contextos sociais de pertença da família da criança. A tipologia resultou do tratamento estatístico da informação recolhida (análise factorial de correspondências múltiplas, seguida de uma classificação hierárquica (cluster)).
Sintetizam-se,na conclusão, algumas ideias-chave. Maltratam-se em Portugal crianças de todos os grupos etários, dos dois sexos, independentemente da sua ordem na fratria; e crianças pertencentes a todos os tipos de famílias, aos diferentes meios sociais. No entanto, as modalidades distintas de abuso e negligência estão associadas aos contextos
de pertença da criança e da sua família. Os
profissionais de saúde encontram-se numa posição insubstituível no que toca à detecção da grande variedade dos maus tratos às crianças e constituem um posto de vigilância essencial para dois tipos de
maus tratos, que dificilmente passam pelo crivo do olhar dos outros técnicos: o abuso ao embrião/feto/recém nascido, e o abuso sexual. A presença de várias formas de pobreza (em recursos materiais ou escolares), assim como a falta de equipamentos e de serviços de apoio à família assumem, no cenário português, um relevo singular. Ligado a este
aspecto estrutural, surge o peso do alcoolismo, estatísticamente muito mais significativo do que o da toxicodependência.
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Keywords
Família Criança Violência doméstica Criança maltratada Portugal
Citation
Acta Med Port. 2002 Jul-Aug;15(4):257-67.