Fernandes, P2012-06-012012-06-012006CONGRESSO PORTUGUÊS DE CARDIOLOGIA, 27, Vilamoura, 22 a 26 de Abril de 2006http://hdl.handle.net/10400.10/610A enfermagem encontra-se enquadrada numa sociedade em constante mudança e desenvolvimento obrigando a uma permanente actualização de conhecimentos e saberes pelos profissionais, como forma de dar resposta às novas exigências da profissão, produzindo as suas próprias competências. Após revisão bibliográfica, surgiu a questão que introduziu o seguinte trabalho: como será que os enfermeiros percepcionam o desenvolvimento de competências ao longo da vida profissional? Numa área altamente especializada como a Cardiologia, deveria esta passar por uma formação académica específica? Definiu-se assim como objecto de estudo: a percepção dos enfermeiros sobre o desenvolvimento de competências profissionais - através dos contextos da prática ou da necessidade de uma formação académica específica. Optou-se pelo método qualitativo e definiram-se dois grupos específicos: por um lado enfermeiros no nível iniciado-avaçado, ou seja, que já passaram pela fase inicial do processo de integração e que aos poucos já foram adquirindo determinadas experiências específicas (Benner, 2005); por outro, um grupo considerado por Benner de perito, neste caso, com vasta experiência em Cardiologia. Definiu-se como instrumento de recolha de dados a entrevista semi-directiva tendo sido efectuadas 12 entrevistas (6 enfermeiros de cada grupo em algumas Unidades de Cuidados Intensivos Cardíacos de Lisboa e arredores). Responsabilidade, autonomia, articulação entre as componentes científica e humana do cuidar, saber fazer, saber estar, foram alguns dos significados atribuídos ao enfermeiro competente. Quando questionados sobre a aquisição de factores intervenientes no desenvolvimento de competências, a resposta é unânime: os conhecimentos adquiridos na escola são muito importantes, mas a prática, a experiência do dia-a-dia e a reflexão que daí advêm são factores cruciais no seu desenvolvimento. A partilha com os pares, a transmissão de saberes, a vontade do profissional, a sua formação contínua e os próprios contextos de trabalho são alguns dos factores preponderantes. No que respeita à necessidade de formação académica específica em Cardiologia, alguns consideram que esta seria uma mais-valia para a prática e desenvolvimento de competências profissionais. No entanto, quando questionados se esta seria um factor determinante, a grande maioria dos enfermeiros responde que não. A experiência diária, a formação contínua e acima de tudo a vontade e o desejo do próprio enfermeiro encontram-se entre os factores determinantes para o desenvolvimento de competências profissionais, na Cardiologia.porEnfermagemEducação contínuaCompetência profissionalCardiologiaDesenvolvimento de competências ao longo da vida profissionalconference object