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Advisor(s)
Abstract(s)
O propósito destas recomendações é fornecer uma ferramenta fundamentada na evidência
científica atual, centrada no doente, que possa ser útil na prática clínica e que contribua para
a implementação adequada, sistemática e transversal da profilaxia do tromboembolismo
venoso no doente adulto. Foram aprovadas, com o apoio da Sociedade Portuguesa de
Anestesiologia, por Consenso Nacional Multidisciplinar entre as especialidades de:
Anestesiologia, Cardiologia; Cirurgia Cardiotorácica; Cirurgia Geral - Cirurgia da Obesidade;
Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética; Cirurgia Vascular; Ginecologia e Obstetrícia;
Imuno-Hemoterapia; Neurocirurgia; Oncologia; Ortopedia e Urologia.
O tromboembolismo venoso constitui um grave problema de saúde pública. No período
peri-operatório o risco de tromboembolismo está relacionado com fatores individuais
do doente, tipo de cirurgia e de anestesia e tempo de internamento. Trombose venosa
prévia, doença oncológica, idade avançada, cirurgia major ortopédica, cirurgia bariátrica
e imobilização no leito, constituem alguns dos principais fatores de risco de eventos
tromboembólicos. O bloqueio do neuro-eixo está associado a redução destes eventos.
O estudo ENDORSE que avaliou o cumprimento internacional das recomendações do 7º
Consenso do American College of Chest Physicians sobre profilaxia do tromboembolismo
venoso, revelou que em Portugal a taxa de profilaxia adequada no doente cirúrgico em
risco era inferior à de outros países europeus. Neste estudo, alguns dos doentes a quem
foi prescrita tromboprofilaxia não preenchiam critérios de indicação, ficando expostos a
riscos desnecessários. Os hiatos identificados na profilaxia do tromboembolismo venoso
relacionam-se com a falta de comunicação interdisciplinar efetiva, desconhecimento das
recomendações e da farmacologia dos agentes e o receio de complicações hemorrágicas.
A falta de modelos de avaliação de risco validados e fáceis de aplicar tem dificultado a
uniformização de critérios. Estas recomendações consideram o modelo de avaliação de
risco de Caprini.
A avaliação do risco de tromboembolismo venoso está indicada em todos os doentes
propostos para cirurgia, devendo ser registada no processo clínico. A tromboprofilaxia
é uma responsabilidade multidisciplinar, deve basear-se na ponderação dos riscos de
tromboembolismo venoso e de hemorragia e ter em conta os valores e preferências do
doente.
A tromboprofilaxia deve iniciar-se 6-12 horas após a cirurgia (com exceções).
Description
Keywords
Tromboembolia venosa Complicações pós-operatórias Cuidados peri-operatórios Prevenção e controlo Consenso Portugal
Citation
Rev Soc Port Anestesiol. 2014; 23 (3): 62-75
Publisher
Sociedade Portuguesa de Anestesiologia