Psilogos Vol.13 Nº1 (Jun 2015)
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing Psilogos Vol.13 Nº1 (Jun 2015) by Subject "Comunicação"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- O corpo como primeiro espaço de comunicação: o diálogo tónico-emocional no nascimento da vida psíquicaPublication . Martins, RNas primeiras fases da ontogénese, quando o funcionamento relacional da díade mãe bebé, constitui o suporte do desenvolvimen- to, a criança vai organizando os alicerces do seu Eu, partindo de uma simbiose fisiológica e afectiva, numa relação onde predomina o diálogo tónico-emocional. A presença ou au- sência do outro, a dinâmica de aproximação/ afastamento, a dinâmica postural e gestual, as actividades de contenção, as sincronias rítmicas, o contacto térmico, constituem suportes essenciais à organização primária do psiquismo. Quando estes processos são inadequados, podem provocar problemas de individuação e afirmação de identidade, li- gados a ausências ou carências na relação primordial entre a mãe e o bébé. Esta pers- pectiva, leva-nos a equacionar a importân- cia da corporalidade nos processos precoces de comunicação, quando esta é mediatizada essencialmente por processos tónico-emocio- nais de comunicação, impregnados de afec- tos, desejos e emoções. Estes processos são essenciais para a constituição dos modelos internos dinâmicos que nessa fase pré-lin- guística, asseguram o sentimento de identi- dade e a possibilidade de individuação e di- ferenciação em relação ao objecto materno. Quando existem perturbações nesta dinâmi- ca evolutiva, a terapia psicomotora constitui um recurso privilegiado, possibilitando um espaço seguro e contentor, no qual, através do jogo espontâneo e simbólico, as crianças podem transformar as sensações, os atos e os afetos em pensamentos, projetos e palavras. Uma relação de vinculação desejada, permite experienciar novas formas de expressão e re- solução de conflitos, melhorando a regulação emocional e comportamental, e promovendo a capacidade de mentalização e as funções executivas, como a atenção, a memória de trabalho, o planeamento e a inibição de impulsos.