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Abstract(s)
INTRODUĆĆO
SĆndroma de Vogt-Koyanagi-Harada (SVKH) Ć© uma doenƧa inflamatória rara, de etiologia desconhecida e multissistĆ©mica, caracterizada por uma panuveite bilateral associada a manifestaƧƵes dermatológicas, auditivas e menĆngeas.
Afecta preferencialmente indivĆduos do sexo feminino, raƧa negra, entre a 2ĀŖ e 4ĀŖ dĆ©cada de vida, embora existam casos descritos na infĆ¢ncia.
O curso da doença divide-se em 4 fases: prodrómica, ocular, crónica e recorrente. Apresenta-se um caso de provÔvel SVKH em que o curso da doença não ocorreu na ordem temporal expectÔvel.
MATERIAL E MĆTODOS
Descrição e discussĆ£o de caso clĆnico.
RESULTADOS
Rapaz, 8 anos, caucasiano, saudÔvel, observado por diminuição da acuidade visual (AV) bilateral, com 15 dias de evolução e agravamento progressivo. Refere cefaleia acompanhada de mal-estar hÔ 1 mês. Nega outras queixas ou trauma.
Ao exame oftalmológico, observa-se AV <1/10 bilateralmente, discos ópticos hiperemiados com contornos mal definidos e descolamento exsudativo bilateral da retina.
No restante exame, vitĆligo na pĆ”lpebra superior e membros, com 2 anos de evolução e exame neurológico sem alteraƧƵes.
Posteriormente desenvolve uveĆte anterior bilateral, nĆ£o granulomatosa, com pressĆ£o intraocular normal.
Salienta-se punção lombar, TC e RM crĆ¢nio, audiograma, hemograma e marcadores de auto-imunidade sem alteraƧƵes. O rastreio de etiologia infecciosa foi negativo para tuberculose, sĆfilis, doenƧa de Lyme, herpes, hepatite, VIH (VĆrus ImunodeficiĆŖncia Humana), borrelia e toxoplasmose.
Perante este quadro foi colocado o diagnóstico provÔvel de SVKH, iniciando-se corticoterapia sistémica com melhoria do quadro clinico. Ao fim de 7 dias de tratamento AV de 5/10 e após 1 mês 8/10.
CONCLUSĆO
Perante este quadro de panuveite bilateral com descolamento exsudativo da retina, associado a manifestaƧƵes dermatológicas e neurológicas, a SVKH foi considerada, face aos dados clĆnicos, laboratoriais e imagiológicos negativos para causas neurológicas, neoplĆ”sicas, infecciosas e reumatológicas.
Apesar das manifestaƧƵes dermatológicas antecederem as neurológicas e oculares, o que nĆ£o estĆ” previsto nos critĆ©rios de diagnóstico, a SVKH nĆ£o deve ser excluĆda atĆ© novos dados.
Este caso parece-nos interessante e, talvez, com a divulgação de casos idênticos, possa haver uma reflexão dos critérios de diagnóstico.
Salienta-se que o diagnóstico e tratamento precoce são essenciais para assegurar um bom prognóstico visual.
BIBLIOGRAFIA
Almeida, M., Baptista, N., VerĆssimo, J., ProenƧa, R. (Janeiro-MarƧo de 2011). DoenƧa de Vogt-Koyanagi-Harada: a propósito de 30 Casos ClĆnicos. Oftalmologia, 35, pp. 33-41
Matiello, M., Carvalho, H. C., Alvarenga, H., Alvarenga, R. M. (2004, dezembro). SĆndrome de Vogt-Koyanagi-Harada. Cadernos brasileiros de medicina , XVII
Rao, N. A., Gupta, A., Dustin, L., Chee, S. P., Okada, A. A., Khairallah, M., et al. (2010). Frequency of Distinguishing Clinical Features in Vogt-Koyanagi-Harada Disease. Ophthalmology, 117, pp. 591-599
Description
Keywords
SĆndrome de Vogt-Koyanagi-Harada CrianƧa
Pedagogical Context
Citation
CONGRESSO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE OFTALMOLOGIA, 56, Vilamoura, 5 a 7 Dezembro de 2013
Publisher
Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
