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Doença ocular como primeira manifestação de tuberculose: relato de 4 casos pediátricos

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INTRODUÇÃO A tuberculose (TB) ocular pode ser a primeira ou única manifestação de uma infecção por Mycobacterium tuberculosis. Afecta o globo ocular, anexos e órbita, seja por infecção primária, disseminação linfo-hematogénica ou reacção imunológica de hipersensibilidade tipo IV e, embora tenha diversas formas de apresentação, a mais comum é a uveíte. O seu diagnóstico é um desafio, mas o tratamento precoce é essencial para evitar complicações. Pretende-se com este trabalho descrever algumas das manifestações de TB ocular, em doentes sem história prévia de infecção a Mycobacterium tuberculosis. MATERIAL E MÉTODOS Relatam-se quatro doentes de raça negra, entre os 4 e 15 anos de idade, dos quais 3 de sexo feminino. O doente 1 foi observado por hiperémia e dor ocular unilateral associado a lesão cutânea da perna, com 2 meses de evolução. À observação oftalmológica, apresentava esclerite nodular, que se veio a enquadrar como provável manifestação ocular de TB, face ao Mantoux e exame anatomo-patológico de biópsia cutânea compatível com TB. O doente 2 apresentava queixas de fotofobia, dor e hiperémia ocular bilateral. Fez-se o diagnóstico de uveíte anterior granulomatosa com pseudohipopion, em contexto de provável TB, face ao Mantoux e IGRA (Interferon Gamma Release Assay) positivos. No doente 3, durante exame de rotina, constatou-se lesão coroideia com vitrite. Após estudo, fez-se o diagnóstico presuntivo de tuberculoma coroideu, perante aos resultados positivos do Mantoux, Rx de tórax e lavado bronco-alveolar. O doente 4 foi observado por tumefação periorbitária após traumatismo, com aumento progressivo. A TC de órbitas descrevia colecção sero-hemática, tendo-se realizado drenagem cirúrgica do hematoma. O exame cultural e anatomo-patológico do conteúdo drenado foi positivo para TB e o restante estudo sistémico revelou TB óssea, ganglionar e esplénica. RESULTADOS Face os dados clínicos, laboratoriais e imagiológicos fez-se o diagnóstico de TB ocular, havendo, em todos os casos, uma boa evolução clinica, após instituição de terapêutica anti-bacilar. No doente 2 a TB ocular manifestou-se isoladamente mas nos restantes houve envolvimento de outros órgãos. O Mantoux variou entre 12 e 16 mm e em todos a serologia foi negativa para o vírus da imunodeficiência humana. DISCUSSÃO/ CONCLUSÃO Nos casos apresentados o diagnóstico foi presuntivo, baseado na clínica, exames complementares e resposta à terapêutica. As manifestações oculares foram de esclerite nodular, uveíte anterior com pseudohipopion, tuberculoma coroideu e tumefacção palpebral, que, não sendo as mais frequentes, ilustram o pleomorfismo da TB. Devido ao recrudescimento da TB, o papel do oftalmologista é essencial no despiste e diagnóstico desta doença. BIBLIOGRAFIA Gupta, V., Gupta, A., & Rao, N. A. (Nov-Dec de 2007). Intraocular Tuberculosis - An Uptdate. Survey of Ophthalmology, 52, pp. 561-587. Thompson, M. J., & Albert, D. M. (June de 2005). Ocular Tuberculosis. ARCH OPHTHALMOL, 123, pp. 844-848.

Description

Keywords

Tuberculose ocular Criança

Citation

CONGRESSO PORTUGUÊS DE OFTALMOLOGIA, 56, Vilamoura, 5, 6 e 7 de Dezembro de 2013

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Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

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