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Advisor(s)
Abstract(s)
Introdução: Entre as funções do psiquiatra
de ligação, encontra-se a avaliação da capacidade
de decidir. Esta envolve a capacidade de
fazer escolhas de forma autónoma e surge de
forma relevante na prática clínica diária como
pré-condição ao consentimento informado.
Objetivos: Os autores pretendem rever o processo
subjacente à avaliação da capacidade de
decisão, assim como outra informação relevante
publicada a este respeito.
Métodos: Revisão não sistemática da literatura
através da pesquisa eletrónica nos motores
de busca Medline/Pubmed.
Resultados: A capacidade de decidir apenas
pode ser avaliada relativamente a uma decisão
em particular, sendo que o seu resultado
não é necessariamente estável ao longo do
tempo. Da mesma forma, não existe nenhum
diagnóstico que permita concluir, por si só,
pela incapacidade para decidir ou que possibilite
prescindir da sua avaliação. Depende
de vários fatores: conteúdo, forma do pensamento
e funções cognitivas. Pode igualmente
ser influenciada pelo nível de instrução do
indivíduo, traços da personalidade, estados
emocionais/mecanismos de coping ou fatores
circunstanciais.
Qualquer médico deverá estar habilitado
para a realização desta avaliação. O psiquiatra
de ligação deve ser envolvido perante
a suspeita de doença mental capaz
de prejudicar a capacidade de consentir
ou perante a necessidade de validar uma
avaliação já realizada. Appelbaum e Grisso
propuseram uma avaliação sistematizada
segundo os seguintes critérios: a) comunicação
da escolha, b) compreensão, c) apreciação
e d) processo de decisão racional/
raciocínio. Numa tentativa de minimizar
diferenças entre avaliadores, foram desenvolvidos
vários instrumentos de avaliação,
entre os quais se destaca a MacArthur Competence
Assessment Tool. Particularmente
nos doentes com défice cognitivo, tem sido
também utilizada o Mini Mental State Examination,
surgindo propostas no sentido
de correlacionar os scores obtidos com a
presença de capacidade de decisão. Perante
a incapacidade para decidir, deverá ser respeitado
o melhor interesse do doente, sendo
procurada uma “decisão de substituição”,
no rigoroso respeito pela ética e pela lei. Conclusões: Um doente capaz de decidir deve
apresentar: a) atenção focada no problema; b)
capacidade de considerar as diferentes opções
propostas; c) capacidade de avaliar os riscos e
benefícios e d) capacidade de antecipar os seus
possíveis resultados.
Description
Keywords
Psiquiatria de ligação Tomada de decisões Consentimento informado
Citation
Psilogos. 2016; 14(1): 38-49
Publisher
Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, E.P.E