GAS - Comunicações e Conferências
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing GAS - Comunicações e Conferências by Author "Alexandrino, G"
Now showing 1 - 10 of 12
Results Per Page
Sort Options
- Avaliação do impacto do timing da endoscopia na abordagem da hemorragia digestiva altaPublication . Alexandrino, G; Carvalho, R; Costa, M; Reis, JIntrodução e Objetivos A hemorragia digestiva alta (HDA) é uma das urgências mais frequentes em Gastrenterologia. Os autores apresentam um estudo que tem como objetivo avaliar o impacto do timing da endoscopia digestiva alta (EDA) em doentes com HDA. Material Estudo retrospetivo que incluíu os doentes consecutivos admitidos por HDA (presença de hematemeses, vómitos tipo borra de café ou melenas) entre Janeiro e Outubro de 2015. Definiu-se o timing da EDA relativamente ao momento de admissão hospitalar em "very early" (<12 horas), "early" (<24 horas) e "late" (>24 horas). Consideraram-se como endpoints os achados diagnósticos na endoscopia, a realização de terapêutica endoscópica, recidiva hemorrágica aos 7 dias e a mortalidade aos 7 e 30 dias. Análises estatística realizada no SPSS Versão 24 através da AUROC com IC de 95%. Sumário dos Resultados Foram incluídos 102 doentes, a maioria (75%) do sexo masculino, com média de idades de 67 anos. O tempo médio até à realização de EDA foi 15.8h. Os principais achados foram doença ulcerosa péptica (37%), hemorragia varicosa (24%) e doença erosiva (16%). 6% tinham EDA sem alterações. A taxa global de recidiva hemorrágica aos 7 dias foi de 8% e a mortalidade aos 30 dias de 7%. 49% dos doentes realizaram EDA em <12h (Grupo 1), 27% entre 12-24h (Grupo 2) e 24% >24h (Grupo 3). Achados na EDA Terapêutica endoscópica Recidiva Grupo1 96% 70% 12% Grupo2 93% 39% 7% Grupo3 92% 21% 0% A AUROC relativamente ao efeito do timing da EDA na recivida até 7 dias, mortalidade até 7 dias e mortalidade até 30 dias, foi, respetivamente, 0.328, 0.531 e 0.482. Conclusões Nesta série, os doentes que realizaram EDA mais cedo realizaram mais terapêutica endoscópica. No entanto, não houve qualquer impacto do timing da EDA no número de achados na EDA, na taxa de recidiva hemorrágica nem na taxa de mortalidade.
- Avaliação e comparação dos scores de estratificação de risco na abordagem da hemorragia digestiva alta varicosa e não varicosaPublication . Alexandrino, G; Branco, J; Carvalho, R; Costa, M; Reis, JIntrodução e Objetivos Existem vários scores validados para estratificar o risco na hemorragia digestiva alta (HDA). Permanece controverso qual utilizar. O nosso objetivo foi comparar a eficácia de 4 scores à admissão de doentes com HDA: Glasgow Blatchford score (GBS), Rockall à admissão (RA), AIMS65 e Rockall completo (RC) e calcular os cut-offs que melhor classificam os doentes em risco. Material Estudo retrospetivo em doentes com HDA de Janeiro-Outubro/2015. Endpoints considerados: terapêutica endoscópica, recidiva hemorrágica aos 7 dias e mortalidade aos 30 dias. Considerou-se ainda um endpoint composto que avaliou a necessidade de qualquer intervenção (transfusão, cirurgia, tratamento endoscópico, admissão em UCI). Análise estatística no SPSS versão 24 (AUROC com IC 95%). Sumário dos Resultados 102 doentes (75% homens, idade média: 67 anos), 24% com HDA varicosa. Características dos doentes especificadas na Tabela 1. Em relação à etiologia da hemorragia, as AUROC do GBS, RA e AIMS65 para predizer intervenção foram, respetivamente, 0,833 (cut- off >9), 0,623 e 0,636 na HDA não varicosa Vs. 0,370, 0,283 e 0,380 na HDA varicosa. Nenhum score foi eficaz a predizer a necessidade de terapêutica endoscópica nem a recidiva, independentemente da causa da HDA. Quanto à mortalidade, as AUROC do RC, AIMS65, GBS e RA foram, respetivamente, 0.864 (cut-off >5), 0.822, 0.807 e 0.761 na HDA não varicosa 0.783, 0.826 (cut-off >1), 0.793 e 0.717 na HDA varicosa. Conclusões O GBS foi o único score eficaz a predizer a necessidade de intervenção, somente nos doentes com HDA de causa não varicosa (cut- off >9). Nenhum score teve capacidade de predizer necessidade de terapêutica endoscópica ou recidiva hemorrágica. Os scores Rockall completo (cut-off>5 para HDA não varicosa) e AIMS65 (cut-off >1 para HDA varicosa) parecerem vantajosos relativamente ao GBS a predizer o risco de mortalidade. Estes dados mostram a utilidade dos scores, sendo necessária cautela na sua aplicação, sobretudo em doentes com hemorragia varicosa.
- Uma causa rara de insuficiência hepática aguda fulminante num jovem adultoPublication . Alexandrino, G; Bernardo, S; Bagulho, L; Marcelino, P; Lopes, VA existência de alterações ligeiras nas provas hepáticas é uma manifestação comum do golpe de calor. Geralmente, existe uma elevação transitória e assintomática das transaminases. No entanto, formas graves de insuficiência hepática aguda (IHA) são extremamente raras neste contexto. Descreve-se um caro raro de IHA fulminante induzida por golpe de calor. Trata-se de um rapaz de 20 anos, saudável, que colapsou subitamente enquanto realizava exercícios de treino militar. À observação destacava-se temperatura timpânica de 41ºC, hipotensão e GCS 9. A avaliação analítica revelou lesão renal aguda e alterações moderadas das provas hepáticas (ureia 131 mg/dL creatinina 4.52 mg/dL, bilirrubina total 1.9 mg/dL, AST 616 U/L, ALT 641 U/L). Após uma extensa exclusão de outras causas admitiu-se o diagnóstico de golpe de calor. Foi admitido numa unidade de cuidados intensivos (UCI) polivalente com necessidade de suporte de órgão. Ao segundo dia, evoluíu com IHA fulminante induzida pelo golpe de calor (AST 3528 U/L, ALT 6703 U/L, bilirrubina total 8.3 mg/dL, INR 3.64, fator V 11.3%, amónia 1088 µg/dL). Não havia história de consumo de produtos naturais, suplementos ou outras substâncias. Foram excluídas outras causas de IHA. O doente foi transferido para outra UCI afeta a uma unidade de transplantação. Cumpria os critérios para transplante hepático (King’s college - INR >6.5; Clichy - FV<20%) e foi colocado em lista emergente. Apesar das medidas e suporte de órgão efetuados, evoluiu com agravamento progressivo da função hepática e choque, não reunindo a estabilidade necessária para ser submetido a transplante hepático. Faleceu 5 dias após o evento inicial. A IHA está descrita em 5% dos casos de golpe de calor, mas evolução fulminante como neste caso é extremamente rara. Em situações menos graves, estão reportados casos de recuperação total apenas com tratamento de suporte e atitude expectante. Em casos fulminantes é necessário transplante hepático urgente/emergente
- Diagnóstico diferencial de ascite em doente AgHBs positivo: caso clínicoPublication . Alexandrino, G; Cardoso, M; Oliveira, AM; Carvalho, R; Reis, J
- Drenagem endoscópica de colecções peripancreáticasPublication . Branco, J; Alexandrino, G; Lourenço, L; Horta, D; Reis, J
- Encefalopatia hepáticaPublication . Alexandrino, G
- Ingestão de agentes cáusticosPublication . Alexandrino, G
- Oclusão intestinal: uma causa rara na mulher jovem: caso clínicoPublication . Alexandrino, G; Carvalho, R; Lourenço, L; Sobrinho, C; Horta, D; Reis, JSexo feminino, 30 anos, sem antecedentes. Recorre à urgência por vómitos, paragem de emissão de gases e fezes, distensão abdominal e dor abdominal difusa tipo cólica. Observação: abdómen distendido, timpanizado, ligeiramente doloroso, sem defesa. PCR 0.51 mg/dL. Radiografia simples abdómen: distensão cólica e stop na transição reto-sigmoideia. TC abdominal: “espessamento parietal concêntrico na transição reto-sigmoideia com dilatação das ansas a montante. Ascite ligeira”. Submetida a laparotomia exploradora constatando-se processo inflamatório peri-uterino com envolvimento da parede anterior do reto. Fez-se resseção anterior do reto com anastomose primária e ileostomia de proteção. Anátomo-patologia: endometriose rectal e nodal, margens cirúrgicas livres. Três meses depois fez retossigmoidoscopia até anastomose, com mucosa intensamente edemaciada e hiperemiada, com estenose inultrapassável. RMN pélvica: “útero bicórneo, múltiplas áreas de endometriose superficial e profunda, uma delas em contacto com a vertente anterior do reto alto, sem nódulos volumosos na zona da anastomose”. Inicia tratamento com agonista LHRH durante 3 meses. RMN de reavaliação: “evolução favorável, redução dimensões dos focos de endometriose e franca redução do sinal, traduzindo evolução para fibrose”. Repete retossigmoidoscopia: melhoria da estenose, mas ainda infranqueável; dilatação endoscópica com balão TTS até 15 mm, seguida de cirurgia de reconstrução do trânsito. Após 3 meses doente assintomática. A endometriose intestinal é uma causa rara de oclusão intestinal. O envolvimento intestinal é a localização extra-pélvica mais comum da doença, com prevalência 5.3%-12%. O reto-sigmóide são as porções mais envolvidas (90%), mas o envolvimento transmural é raro. O diagnóstico pré-operatório é desafiante, com múltiplos diagnósticos diferenciais, nomeadamente neoplasia.
- Próteses metálicas auto-expansíveis na paliação da obstrução gastroduodenal maligna: a experiência de 5 anos de um serviço de gastrenterologiaPublication . Alexandrino, G; Branco, J; Anapaz, V; Oliveira, A; Lourenço, L; Carvalho, R; Horta, D; Reis, JIntrodução e Objetivos A obstrução gastroduodenal maligna em doentes com tumores avançados causa morbilidade significativa. A colocação de próteses metálicas auto-expansíveis é um procedimento endoscópico paliativo alternativo à cirurgia, eficaz, com baixa taxa de complicações e menor morbilidade associada. O sucesso clínico pode ser avaliado pelo Gastric Outlet Obstruction Score (GOOS) e está descrito como sendo >60%. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia do procedimento, a prevalência de reestenose e a sobrevida. Material Estudo retrospetivo em doentes consecutivos com obstrução gastroduodenal maligna submetidos a colocação de prótese metálica auto-expansível não coberta entre Janeiro/2012 e Dezembro/2016. Avaliou-se o sucesso técnico e a sobrevida e considerou-se sucesso clínico se GOOS≥1. Análise estatística realizada com IBM ® SPSS ® Statistics V24. Sumário dos Resultados Incluíram-se 31 doentes, 58% do sexo masculino, com média de idade de 71±14 anos. Os tipos de tumores mais frequentes foram adenocarcinoma gástrico (52%, n=16) e pancreático (32%, n=10). As localizações mais frequentes de obstrução foram o piloro (55%, n=17) e o bulbo (26%, n=8). O sucesso técnico foi de 100%, não tendo ocorrido complicações relacionadas com o procedimento. A eficácia clínica foi 94% (GOOS≥1). 71% dos doentes tiveram score GOOS≥2, ou seja, tolerância a dieta mole ou geral. O tempo médio até ao início da dieta oral após o procedimento foi de 34,9 horas. O tempo médio de internamento foi de 20±10 dias. Em 6 doentes (19%) houve reestenose, resolvida com a colocação bem sucedida de 2ª prótese. Em nenhum desses casos houve necessidade de intervenção cirúrgica. A sobrevida média após o procedimento foi de 56± 69 dias. Conclusões Na nossa série concluímos que a colocação de prótese metálica auto-expansível é um método paliativo seguro e eficaz na obstrução gastroduodenal maligna, permitindo alimentação por via oral na maioria dos doentes (94% com score GOOS ≥1), com uma taxa de reestenose relativamente baixa e tratada endoscopicamente.