Psilogos Vol.11 Nº2 (Dez 2013)
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Browsing Psilogos Vol.11 Nº2 (Dez 2013) by Author "Melo, J"
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- Empatia: ferramenta pró-social explorada num grupo terapêuticoPublication . Graça, J; Palma, M; Mendonça, C; Cargaleiro, I; Melo, JIntrodução: A empatia é um conceito multi- dimensional que engloba a capacidade de in- ferir um estado emocional e responder a emo- ções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve pre- cocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hos- pital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre setembro de 2011 e junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo te- rapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA. Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 me- ses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto exis- tem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de obser- vação e a ausência de validação da escala psico- métrica para a população portuguesa. Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequen- taram o Hospital de Dia o traço empático mos- trou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a ava- liação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental
- O estigma da doença mental: que caminho percorremos?Publication . Xavier, S; Klut, C; Neto, A; Ponte, G; Melo, JO estigma da doença mental tem sido alvo de crescente atenção nos últimos anos, com um aumento exponencial de publicações sobre o tema. Este fenómeno constitui para os doen- tes uma fonte de sofrimento, representando um obstáculo à concretização de projectos pessoais e à integração social plena, objectivo principal da prática psiquiátrica actual. Neste artigo, os autores fazem uma revisão selectiva do tema do estigma da doença mental, abor- dando as suas definições, origens, repercus- sões, vivências dos doentes e abordagens para o combater. A literatura revela tratar-se de um fenómeno complexo, cujas definições provêm de diferentes campos do conhecimento (socio- logia, psicologia e psiquiatria). O seu impacto na vida das pessoas com doença mental é evi- dente, condicionando perda de oportunidades, prejuízo da auto-estima e auto-conceito, quali- dade de vida, suporte social e empowerment e actuando como uma barreira ao desempenho dos papéis sociais habituais. O estigma pare- ce ainda comprometer o acesso a cuidados de saúde, não apenas ao tratamento psiquiátrico, mas também a cuidados médicos gerais, com aumento da morbilidade e mortalidade desta população vulnerável. Tem sido dedicado um considerável esforço à compreensão deste fe- nómeno e ao delinear de estratégias anti-estig- ma, que passam também pela sensibilização dos profissionais de saúde para o tema, tendo em vista a melhoria da prática clínica e qualidade dos cuidados prestados.
