Browsing by Author "Góis, J"
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- Psiquiatras e Autoridades de Saúde Pública: diferentes perspetivas acerca da necessidade de internamento compulsivoPublication . Reis, T; Marques, S; Barrocas, D; Góis, JIntrodução: Os internamentos compulsivos de doentes com perturbações psiquiátricas graves são procedimentos controversos mas frequentemente necessários. As Autoridades de Saúde Pública são responsáveis pela emissão de mandados de condução que resultam na apresentação desses doentes a uma avaliação clínico-psiquiátrica urgente. Objetivos: Este estudo pretende caracterizar os utentes trazidos ao Serviço de Urgência com mandados de condução emitidos pelas Autoridades de Saúde Pública e analisar a correspondência entre a emissão de mandado de condução e internamento compulsivo subsequente. Métodos: Estudo retrospetivo observacional, no período entre 1 de Janeiro de 2012 a 30 de Junho de 2013, dos dados contidos nos mandados de condução emitidos pelas Autoridades de Saúde Pública do distrito de Évora. Resultados: Analisaram-se os dados de 57 utentes trazidos ao Serviço de Urgência com mandados de condução emitidos por Autoridades de Saúde Pública. Foram trazidos para avaliação clínico-psiquiátrica no Serviço de Urgência 57 utentes com mandado de condução emitido pela Autoridade de Saúde Pública. Após avaliação clí- nico-psiquiátrica, foi considerado que 36,8% (n=21) dos casos não apresentavam anomalia psíquica que justificasse o internamento. Através da análise dos mandados de condução puderam apurar-se quatro motivos para a avaliação clínico psiquiátrica urgente. Da totalidade dos mandados de condução (n=57), 74% não estavam acompanhados de informação clínica. Discussão e Conclusão: No estudo realizado verificou-se que mais de um terço dos mandados de condução não foi seguido de internamento compulsivo. Perante este dado, é pertinente questionar a falta de congruência entre os critérios utilizados pelas Autoridades de Saúde Pública e Psiquiatras para justificar a necessidade de internamento compulsivo.
- Qualidade da Informação Contida nas Referenciações dos Cuidados de Saúde Primários para a Consulta de PsiquiatriaPublication . Lopes, M; Reis, T; Ramos, J; Góis, JIntrodução: Em Portugal, os médicos de fa- mília são a principal fonte de referenciação de casos para os serviços de saúde mental. A qua- lidade da referenciação pode ter consequên- cias, tanto para o médico de medicina geral e familiar que referencia o utente, como para o psiquiatra que o irá receber, e sobretudo para o utente referenciado. Objetivos: Avaliar a qualidade da informação contida nas cartas de referenciação das uni- dades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central para a consulta de psiquiatria do Hospital do Espíri- to Santo de Évora (HESE); determinar a fre- quência dos grandes grupos de perturbações psiquiátricas apontados como hipóteses diag- nósticas na referenciação. Métodos: Estudo observacional descritivo transversal. Foram incluídas todas as refe- renciações correspondentes ao período entre dezembro de 2013 e maio de 2014. Os docu- mentos de referenciação foram analisados em termos de estrutura e conteúdo, tendo em conta os critérios de referenciação descritos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi determinada a frequência dos grandes grupos de perturbações psiquiátricas, defini- dos no manual de codificação Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM5), apontadas como hipóteses diagnósticas na referenciação. Resultados: Das 245 cartas de referenciação analisadas, 220 foram incluídas no estudo. Apenas 2,27% das referenciações tinham os onze campos definidos na plataforma Alert P1 ® (Alert Life Sciences Computing) devida- mente preenchidos. Em 35% das referencia- ções não foi identificado qualquer critério que justificasse o encaminhamento. A falência terapêutica constituiu o critério mais apontado, estando presente em 30,91% das cartas de referenciação. Os quadros depressivos e an- siosos são os mais referenciados à consulta de psiquiatria. Conclusões: Os resultados evidenciaram a importância de sensibilizar os Médicos de Fa- mília para um correto e completo preenchi- mento do guia de referenciação da plataforma Alert P1 ® . É imperiosa a necessidade de definir e implementar critérios de referenciação em Portugal que possibilitem uma melhoria da comunicação entre cuidados de saúde primá- rios e secundários no âmbito da Saúde Mental.