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Abstract(s)
O fígado é o órgão mais afectado por traumatismos torácicos penetrantes, e o segundo órgão mais afectado por traumatismos abdominais fechados (78%).7
As causas mais frequentes de traumatismo hepático fechado são acidentes de viação (72%), quedas (12%) e lesões desportivas (5%), enquanto as causas mais frequentes de traumatismo hepático permanente são feridas por arma branca e por arma de fogo, felizmente, pouco frequentes na nossa realidade urbana.2
Já em 1908 Pringle escrevia: “As lesões hepáticas minor curam sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica.” No entanto, foram necessárias várias décadas para que a estratégia fosse também alargada às lesões hepáticas major.
Nos últimos 20 anos tem-se assistido a uma tendência crescente para o tratamento conservador (não cirúrgico) do traumatismo hepático fechado apresentando-se como a abordagem gold standard em 80-90% dos casos.2
As técnicas minimamente invasivas como a angiografia com embolização arterial, drenagem percutânea guiada por imagem e colocação de próteses poe colangio-pancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) premitiram tratar a grande maioria das complicações desta abordagem terapêutica, sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica.2,14,16
A abordagem cirúrgica, agora reservada aos doentes hemodinamicamente instáveis e com lesões teoricamente mais graves, também evoluiu ao longo destes últimos 20 anos.
A constatação de que a morte é provocada pela tríade letal: coagulopatia, hipotermia e acidémia pôs em evidência o conceito “Damage Control Surgery”.23
A cirurgia definitiva, complexa e prolongada no doente crítico, deu lugar à cirurgia faseada (por etapas) direccionada ao controlo da hemorragia, prevenção da infecção e limitação do dano; seguida da ressuscitação e correcção da tríade letal na unidade de cuidados intensivos.19,20
Ao mesmo tempo, a mortalidade por traumatismo hepático tem diminuído em todas as séries publicadas.1,2,7,11,14 As causas deste sucesso são atribuídas à melhoria dos resultados tanto na abordagem conservadora, como na abordagem cirúrgica, sobretudo após a introdução do conceito de cirurgia faseada e avanços nas técnicas de angiografia e embolização arterial.10
Description
Trabalho realizado no contexto do estágio de Cuidados Intensivos do Internato Médico Complementar, sob orientação de Alfredo Leite
Keywords
Traumatismo hepático Traumatismos abdominais Cuidados intensivos