Psilogos Vol.10 Nº2 (Dez 2012)
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Browsing Psilogos Vol.10 Nº2 (Dez 2012) by Author "Nascimento, M"
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- Folie à deux: um caso de folie imposée numa díade mãe/filhoPublication . Nascimento, M; Ramos, J; Dindo, V; Ribeiro, RIntrodução: Embora a paternidade do conceito de delírio partilhado não seja consensual, a designação de folie à deux foi introduzida em 1877 por dois investigadores franceses – Lasègue e Falret. Segundo o conceito original, um indivíduo (indutor), cognitivamente dominante, desenvolve uma ideia delirante que progressivamente impõe a um segundo elemento (induzido), com quem mantém uma relação próxima. Os quatro subtipos psicopatológicos conhecidos – folie imposée, folie simultanée, folie communiquée e folie induite foram sendo descritos ao longo do final do séc. XIX, mas a sua classificação e respetiva conceptualização foi atribuída ao investigador americano Gralnick (1942). Objetivos, material e métodos: Pretende‑se com a apresentação de um caso clínico e respetiva revisão não sistemática da literatura, salientar algumas particularidades da entidade, perturbação delirante partilhada, relativamente à sua clínica, aspetos epidemiológicos e psicopatogénicos e abordagem terapêutica.Resultados: Reportou‑se um caso de delírio partilhado do tipo folie imposée numa díade mãe/filho. O elemento indutor (filho), afeto de perturbação bipolar e síndrome de Asperger, partilha com a mãe, sua cuidadora e elemento induzido, um delírio de conteúdo persecutório. Conclusões: Realça‑se a importância do isolamento social e do contacto próximo entre os dois elementos na génese da doença; discute‑se a questão da dominância cognitiva entre indutor e induzido e as implicações da separação da díade mãe/filho enquanto principal ação terapêutica preconizada.
- A síndrome metabólica na esquizofrenia: uma revisão não sistemáticaPublication . Nascimento, M; Ribeiro, RIntrodução: A correlação entre doença mental e distúrbios metabólicos foi reconhecida há mais de um século. O debate acerca desta comorbilidade em doentes esquizofrénicos intensificou‑se nos últimos 20 anos, principalmente após a introdução dos Antipsicóticos Atípicos (AA), na década de 90. Objectivos: Salientar aspectos particulares da Síndrome Metabólica (SM) nesta população, com ênfase particular na sua epidemiologia, mecanismos subjacentes e terapêutica com antipsicóticos. Métodos: Revisão não sistemática da literatura Resultados e Conclusões: Apesar de existirem diferenças entre os vários critérios internacionais usados na definição de síndrome metabólica, é hoje claro que os doentes com esquizofrenia constituem a população estudada com maior prevalência da doença, sendo que a sua distribuição geográfica reflete a da população geral. Ao contrário do que se pensava inicialmente, a maior vulnerabilidade destes doentes para o desenvolvimento da síndrome metabólica não se explica inteiramente pelo tratamento com antipsicóticos. Com efeito, as doenças metabólicas associadas à esquizofrenia resultam de uma interacção entre factores hereditários, bioquímicos, hormonais e factores ambientais, onde se incluem os neurolépticos, não se explicando unicamente pelo aumento ponderal. As alterações metabólicas induzidas por antipsicóticos são uma das maiores preocupações da psicofarmacoterapia actual. Não é clara a diferença entre os antipsicóticos típicos vs. atípicos no que diz respeito à sua propensão para desenvolver SM. No entanto, é consensual que a clozapina e a olanzapina ocupam um lugar cimeiro entre os AA com pior perfil metabólico.