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Psilogos Vol.10 Nº2 (Dez 2012)

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Recent Submissions

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  • Cefaleias tipo tensão: perspetiva psiquiátrica
    Publication . Mendes, J; Ribeiro, L
    Introdução: As cefaleias tipo tensão (Ctt) são as mais frequentes na população em geral e aquelas com maior impacto socioeconómico no universo das cefaleias, tendo em conta o elevado grau de incapacidade que provocam. Objectivo: Os autores propõem‑se a realizar uma revisão da literatura disponível acerca deste tema, numa perspetiva psiquiátrica. Discussão: Diversos estudos têm identificado uma maior prevalência de perturbações psiquiátricas, traços de personalidade e mecanismos de coping pouco eficazes em doentes com Ctt, pelo que, é fundamental compreender esta relação e o impacto dos fatores psicopatológicos nestas cefaleias. Conclusão: A sua abordagem clínica e terapêutica é dificultada por estes e outros fatores e nelas têm sido utilizadas múltiplas estratégias de tratamento farmacológico e psico‑comportamental, no entanto, a evidência científica é, ainda, escassa.
  • Psicologia clínica psicodinâmica ao serviço da psiquiatria comunitária: 14 anos de experiência
    Publication . Roquette, T
    Este artigo pretende resumir de uma forma crítica e reflexiva a actividade da Psicóloga Clínica integrada numa equipa comunitária de um Serviço de Psiquiatria. Procura descrever as características próprias da intervenção psicodinâmica no exercício complementar à intervenção médica e a forma como estas intervenções se complementam numa equipa multidisciplinar tendo o mesmo objecto de estudo – o sujeito em estado de sofrimento – e objectivos comuns de diagnóstico, projecto terapêutico, tratamento, reabilitação e reintegração. Explica ainda de que forma, ao longo destes catorze anos e tendo como principal instrumento a Avaliação Psicológica, se procuraram delinear projectos específicos para cada doente e as respectivas intervenções psicoterapêuticas. O artigo termina com algumas reflexões sobre a integração da Psicologia Clínica Psicodinâmica numa equipa multidisciplinar tendo em conta questões como as fronteiras entre especificidades técnicas, a adequação da linguagem psicodinâmica às outras disciplinas e as implicações das características próprias deste contexto
  • A síndrome metabólica na esquizofrenia: uma revisão não sistemática
    Publication . Nascimento, M; Ribeiro, R
    Introdução: A correlação entre doença mental e distúrbios metabólicos foi reconhecida há mais de um século. O debate acerca desta comorbilidade em doentes esquizofrénicos intensificou‑se nos últimos 20 anos, principalmente após a introdução dos Antipsicóticos Atípicos (AA), na década de 90. Objectivos: Salientar aspectos particulares da Síndrome Metabólica (SM) nesta população, com ênfase particular na sua epidemiologia, mecanismos subjacentes e terapêutica com antipsicóticos. Métodos: Revisão não sistemática da literatura Resultados e Conclusões: Apesar de existirem diferenças entre os vários critérios internacionais usados na definição de síndrome metabólica, é hoje claro que os doentes com esquizofrenia constituem a população estudada com maior prevalência da doença, sendo que a sua distribuição geográfica reflete a da população geral. Ao contrário do que se pensava inicialmente, a maior vulnerabilidade destes doentes para o desenvolvimento da síndrome metabólica não se explica inteiramente pelo tratamento com antipsicóticos. Com efeito, as doenças metabólicas associadas à esquizofrenia resultam de uma interacção entre factores hereditários, bioquímicos, hormonais e factores ambientais, onde se incluem os neurolépticos, não se explicando unicamente pelo aumento ponderal. As alterações metabólicas induzidas por antipsicóticos são uma das maiores preocupações da psicofarmacoterapia actual. Não é clara a diferença entre os antipsicóticos típicos vs. atípicos no que diz respeito à sua propensão para desenvolver SM. No entanto, é consensual que a clozapina e a olanzapina ocupam um lugar cimeiro entre os AA com pior perfil metabólico.
  • Tradução para português do questionário de análise de percursos de acesso aos cuidados de saúde mental
    Publication . Ramos, J; Oliveira, N
    O estudo dos percursos de acesso aos cuidados de saúde mental permite compreender e analisar os padrões de procura de ajuda de uma determinada população, através da caracterização dos seus pacientes, dos intervenientes no processo de prestação de cuidados e do tempo decorrido entre cada contacto com profissionais de saúde, entre outras variáveis. Para tal, é necessário um questionário que permita recolher de forma sistematizada estes dados. Um destes instrumentos, denominado “Encounter Form”, criado pela Organização Mundial de Saúde para o primeiro estudo de percursos de acesso em saúde mental, é aqui traduzido para português.
  • As emoções comandam a psicose?
    Publication . Ribeiro, J
    Introdução: Quão importante é a vida emocional das pessoas que descompensam com sintomas psicóticos? Objectivos: O objectivo deste artigo é rever evidência de que as emoções estão envolvidas causalmente nos processos psicóticos. Métodos: Revisão seleccionada de literatura sobre sintomas afectivos nas psicoses, emoções na produção de sintomas psicóticos e modelos dopaminérgicos de psicose. Resultados: Os sintomas afectivos são transversalmente importantes nas psicoses. Pessoas com esquizofrenia têm elevada reactividade emocional e a intensificação de afectos negativos não só se associa como precede a intensificação de sintomas psicóticos, o que é evidência de que emoções negativas estão a comandar o curso dos sintomas psicóticos. Representações do self negativas são centrais nos processos psicóticos e podem ser o elo de ligação entre emoções negativas e psicose. A evidência favorece a visão de que o delírio persecutório é consistente com afectos e representações do self negativos e o delírio grandioso é consistente com uma amplificação defensiva de afectos e representações do self positivos. A vergonha foi proposta como a experiência emocional básica da psicose, experiência na qual o self se torna vulnerável ao exterior, o que é consistente com vivências persecutórias. Os ataques ao self, sob a forma de hostilidade no ambiente familiar e na sociedade, são fortes preditores de descompensação e desenvolvimento de esquizofrenia. Ataques ao self que produzem derrota social são também fortes estimulantes das vias dopaminérgicas mesolímbicas, cuja hiperactividade se associa à descompensação psicótica e à experiência de “saliência aberrante”, proposta como modelo dopaminérgico de psicose. Conclusões: A “derrota do self” surge como um elo central que liga a experiência de emoções negativas à manifestação de sintomas psicóticos e seus correlatos psicológicos e neurobiológicos. A hipótese é suportada, de que as emoções ligadas a essa derrota controlam a manifestação de uma vulnerabilidade à derrota, e assim comandam o curso da psicose
  • Folie à deux: um caso de folie imposée numa díade mãe/filho
    Publication . Nascimento, M; Ramos, J; Dindo, V; Ribeiro, R
    Introdução: Embora a paternidade do conceito de delírio partilhado não seja consensual, a designação de folie à deux foi introduzida em 1877 por dois investigadores franceses – Lasègue e Falret. Segundo o conceito original, um indivíduo (indutor), cognitivamente dominante, desenvolve uma ideia delirante que progressivamente impõe a um segundo elemento (induzido), com quem mantém uma relação próxima. Os quatro subtipos psicopatológicos conhecidos – folie imposée, folie simultanée, folie communiquée e folie induite foram sendo descritos ao longo do final do séc. XIX, mas a sua classificação e respetiva conceptualização foi atribuída ao investigador americano Gralnick (1942). Objetivos, material e métodos: Pretende‑se com a apresentação de um caso clínico e respetiva revisão não sistemática da literatura, salientar algumas particularidades da entidade, perturbação delirante partilhada, relativamente à sua clínica, aspetos epidemiológicos e psicopatogénicos e abordagem terapêutica.Resultados: Reportou‑se um caso de delírio partilhado do tipo folie imposée numa díade mãe/filho. O elemento indutor (filho), afeto de perturbação bipolar e síndrome de Asperger, partilha com a mãe, sua cuidadora e elemento induzido, um delírio de conteúdo persecutório. Conclusões: Realça‑se a importância do isolamento social e do contacto próximo entre os dois elementos na génese da doença; discute‑se a questão da dominância cognitiva entre indutor e induzido e as implicações da separação da díade mãe/filho enquanto principal ação terapêutica preconizada.
  • Perturbações do espectro do autismo no adulto e suas comorbilidades psiquiátricas
    Publication . Ramos, J; Xavier, S; Morins, M
    As perturbações do espectro do autismo (PEA) no adulto, ao contrário do que tem vindo a acontecer na população infantil, não têm sido tão extensamente estudadas, o que se reflecte em dificuldades no diagnóstico e tratamento de doentes nesta faixa etária, principalmente na presença de comorbilidade psiquiátrica. Os autores fazem uma revisão selectiva da literatura, debruçando‑se com maior detalhe sobre aspectos da definição das PEA, sua epidemiologia, diagnóstico e factores que determinam o outcome no adulto. Abordar‑se‑ão posteriormente as principais comorbilidades psiquiátricas no adulto e a forma como a patologia de base modula a sua apresentação clínica. Apesar da tendência para uma melhoria global da sintomatologia na idade adulta, estas patologias acompanham o indivíduo ao longo do seu ciclo de vida. Para além disso, estima‑se que afectem uma proporção considerável de doentes, o que torna ainda mais premente a necessidade de conhecer estas patologias de forma mais aprofundada.