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- Doença de Lyme – queratite resistente na infânciaPublication . Alves, S; Pina, S; Azevedo, R; Chang, N; Bernardo, M; Melo, AIntrodução: A Doença de Lyme (D. Lyme) resulta da infecção pela espiroqueta Borrelia Burgdorferi, cujo vector é o artópode Ixodes que pode parasitar o ser humano. Esta doença multissistémica evolui em 3 estadios sendo que diferentes manifestações oculares podem ser encontradas em cada um deles. Material e Métodos: Descrição de um caso clínico. Criança do sexo feminino, 9 anos, com queixas de diminuição da acuidade visual (A.V. 6/10) e fotofobia com 2 meses de evolução. Ao exame oftalmológico apresentava queratite filamentosa bilateral, sem outros achados. Concomitantemente referia queixas álgicas nos joelhos e anca esquerda com 6 meses de evolução. Analiticamente apresentava Ac Anti Borrelia Burgdorferi (Ig G / M – ELISA) positivo, TPHA negativo e posteriormente PCR para DNA de Borrelia negativo. Resultados: Perante o diagnóstico de D. Lyme sistémica crónica e devido à má adesão terapêutica decidiu-se internar a criança para realizar antibioterapia sistémica (ceftriaxone e.v.) e terapêutica tópica ocular. Após uma semana, observou-se melhoria significativa das queixas oftálmicas e articulares. Completou 4 semanas de tratamento observando-se remissão do quadro clínico. Discussão: Apesar do quadro atípico de queratite isolada, esta é a manisfestação ocular mais frequente no estadio 3. A não existência de uveíte é um factor de bom prognóstico. A opção terapêutica de monoterapia com ceftriaxone é reservada para casos graves da doença, justificando- -se neste caso pela cronicidade do caso e má adesão terapêutica. A utilização de corticoterapia sistémica é controversa pelo que não foi preconizada.
- Hemangioma cavernoso da retinaPublication . Santos, C; Azevedo, R; Pina, S; Pedrosa, C; Ramalho, M; Teixeira, SIntrodução: Os hemangiomas cavernosos da retina correspondem a aglomerados de aneurismas saculares nas camadas internas da retina. Localizam-se na maioria dos casos fora do pólo posterior1. Caso clínico: Criança do sexo feminino, idade gestacional de 30 semanas, peso ao nascer 1200g, foi observada no contexto de rastreio de retinopatia da prematuridade. À observação detectou-se um aglomerado de lesões saculares vermelhas escuras compatível com hemangioma cavernoso da retina periférica do olho esquerdo. Para melhor esclarecimento da lesão decidiu-se realizar observação sob anestesia geral. Confirmou-se o aspecto típico de hemangioma cavernoso localizado às 6h. Optou-se por realizar fotocoagulação da lesão com laser 532nm (potência 100mW, duração 0,6 segundos) aos 8 meses de idade. Foi realizada nova observação sob anestesia geral 4 meses após o tratamento laser. O hemangioma apresentava-se regredido excepto no seu pólo posterior. Foi intensificado o laser nessa área. Quatro meses após a última sessão de laser a lesão mantém-se regredida. O rastreio de familiares de primeiro grau negativo. Aguarda realização de RM-CE para pesquisa de malformações vasculares do sistema nervoso central. Discussão e conclusão: Os hemangiomas cavernosos da retina são geralmente esporádicos. Há no entanto vários relatos de herança autossómica dominante[2]. A coexistência de lesões semelhantes na pele ou sistema nervoso central foi já descrita. Desconhece-se no entanto a frequência desta associação[2,3]. O rastreio de familiares e realização de RM-CE são aconselhados. Apesar de estas lesões se manterem estáveis e assintomáticas, existem alguns relatos de hemorragias com manobras de Valsalva[4]. Neste caso em que foi necessário submeter a criança a uma observação sob anestesia geral, optou-se por realizar ablação profilática da lesão. Bibliografia [1] HEINMANN H, DAMATO B: Congenital vascular malformations of the retina and choroid. Eye 2010; 24:459:467 [2] PANCURAK J, GOLDBERG FM, et al: Cavernous hemangioma of the retina. Genetic and central nervous system involvement. Retina 1985; 5(4):215-20. [3] GASS JD: Cavernous hemangioma of the retina: a neuro-oculo-cutaneous syndrome. Am J Ophthalmol 1971; 71(4):799-814. [4] SMITH BT, JOSEPH DP: Labor-induced hemorrhage of a retinal cavernous hemangioma. Ophthalmic surgery, lasers and imaging 2009; 40(4):419-20.
- Hematoma periorbitario traumatico: manifestação inaugural rara de tuberculose disseminadaPublication . Santos, C; Cysneiros, T; Azevedo, R; Pina, S; Ramalho, M; Pedrosa, C; Ferreira, M; Teixeira, SIntrodução: Apesar da disponibilidade de terapêutica eficaz, a tuberculose continua a ser uma causa importante de mortalidade e morbilidade. A Organização Mundial de Saúde estima que em 2010 tenham ocorrido mais de 8,8 milhões de novos casos. No mesmo ano, a taxa de incidência em Portugal foi de 29:100 000 habitantes, continuando a ser uma das mais elevadas na União Europeia [1]. Caso clínico: Criança de 5 anos de idade, sexo feminino, recorre ao Serviço de Urgência do nosso Hospital por tumefacção periorbitária direita, após traumatismo da cabeça 3 semanas antes. Aparentemente saudável, sem história de doenças anteriores. A tumefacção tornara-se evidente 2 dias após o traumatismo e foi aumentando progressivamente de volume. Apresentava flutuação e dor à palpação. Restante exame oftalmológico normal. TC orbitária compatível com colecção sero-hemática extra-cónica sem sinais de fractura pelo que se realizou drenagem cirúrgica com saída abundante de conteúdo hemato-purulento. A cultura do conteúdo drenado foi positiva, quatro semanas após a drenagem, para o complexoMycobacterium tuberculosis. Repetiu-se exame directo do conteúdo da loca, que se mantinha em drenagem espontânea, sendo este positivo. Pelo aspecto microscópico atípico, foi realizada identificação da espécie – Mycobacterium africanum. O Teste de Sensibilidade Antibiótica foi sensível a todos os antibacilares. O estudo sistémico revelou uma tuberculose activa disseminada com foco de osteomielite na região fronto-orbitária direita, conglomerado adenopático mediastínico, cardiomegália sem derrame pericárdico, hepatosplenomegália, escoliose por espondilodiscite e abcesso paravertebral; pesquisa de anticorpos para vírus da imunodeficiência humana, negativa. Após inicio de terapêutica antibacilar assistiu-se a uma regressão progressiva do edema e encerramento fibroso da fístula criada com a drenagem, induzindo retracção da pálpebra superior homolateral. Discussão e conclusão: Este caso clínico ilustra a grande diversidade de apresentações possíveis de tuberculose. O envolvimento dos tecidos moles é difícil de diagnosticar, sendo os achados imagiológicos pouco específicos. Neste caso, a drenagem cirúrgica com isolamento do agente foi essencial para o diagnóstico da doença sistémica, que caso contrário ter-se-ia mantido oculta, possibilitando disseminação ainda mais extensa e sequelas mais graves. O Mycobacterium africanum é uma espécie do complexo Mycobacterium tuberculosis com distribuição geográfica muito restrita à África Ocidental [2]. É responsável por quadros clínicos muito semelhantes, estando o M. africanum mais frequentemente associado a idades avançadas, VIH ou má nutrição [2]. Bibliografia [1] World Health Organization report 2011: global tuberculosis control. Organização Mundial de Saúde2011: 9-27; 186-210. [2] Puttick MPE, STEIN HB, CHAN RMT et al: Soft tissue tuberculosis: a series of 11 cases. The Journal of Rheumatology 1995; 22(7) 1321-5.
- Macular OCT findings in ROP patients treated with both laser and bevacizumabPublication . Santos, C; Azevedo, R; Pina, S; Teixeira, S; Melo, AObjective: To describe macular optical coherence tomography (OCT) findings in children with history of retinopathy of prematurity (ROP) treated with both laser and bevacizumab. Methods: Clinical records and OCT (Stratus OCTTM Carl Zeiss Meditec) findings of the first 3 patients treated with both laser and bevacizumab at our hospital were reviewed. Control group were patients who only had laser treatment. One eye from each patient was randomly chosen. The main outcome measure was foveal and parafoveal retinal thickness. Results: 7 eyes of 7 patients with type 1 (stage 3+) disease were studied. All eyes were submited to laser ablation of peripheral retina. The bevacizumab group (3 patients) recieved secondary intravitreal injection (0.03mL 25mg/mL). On the bevacizumab group, at three years of age, mean parafoveal retinal thickness was 219μm, mean foveal thickness was 208μm, with mean foveal depression of 11μm. On the control group (4 patients), aged between five and six years of age, mean parafoveal retinal thickness was 256μm, mean foveal thickness was 243μm, with mean foveal depression of 13μm. The Wilcoxon rank-sum test showed no statistical difference between both groups. Conclusions: recent studies in the literature have shown a reduced foveal depression in premature infants with or whithout ROP comparing with normal full-term children. We report the same findings in this series of children treated with both laser and bevacizumab.
- Nevus atípico ou melanoma da íris?Publication . Alves, S; Pina, S; Azevedo, R; Bernardo, M; Cabral, J; Prieto, IObjectivo: Relato das dificuldades diagnósticas e de decisão terapêutica, bem como da abordagem cirúrgica de um caso clínico de um tumor atípico da íris. Material e Métodos: Caso clínico de indivíduo do sexo masculino, 35 anos, apresenta no olho direito tumor pigmentado da íris inferior, sem sintomas ou sinais, e melhor acuidade visual corrigida (MAVC) de 20/20. A situação clínica foi documentada cronologicamente com reavaliações seriadas, fotografias de segmento anterior e biomicroscopia ultra-sónica (UBM). Após confirmação do crescimento tumoral a excisão cirúrgica foi proposta, mas recusada pelo paciente. Durante dois anos abandonou a consulta. Após dois anos observou-se expansão progressiva tumoral até ao ângulo e corectopia; mantendo MAVC 20/20 e uma pressão intra-ocular (PIO) normal. Após decisão conjunta realiza-se excisão cirúrgica. O tumor foi totalmente removido por iridociclectomia sectorial. Resultados: O tumor foi removido totalmente com preservação do cristalino transparente e realização de iridoplastia. No período pós operatório não foram observadas complicações. O diagnóstico histopatológico revelou “Nevus pigmentado com atipia celular”. Apresenta follow–up de pós-operatório de 10 meses. Observou-se atrofia progressiva da íris na região da sutura, sem outras alterações. Apesar dos resultados histológicos, a malignização para melanoma não pode ser excluída. Mantém-se o paciente em reavaliações periódicas. Discussão: O nevus da íris é o tumor sólido mais comum da íris, mas neste caso, um crescimento atípico é sugestivo de malignidade. O risco cirúrgico é difícil de aceitar pelo paciente sem sintomas e com uma MAVC excelente. O diagnóstico bem como a melhor abordagem cirúrgica continua a ser um desafio.