Browsing by Author "Nascimento, M"
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- Avaliação da Capacidade de Decisão em Psiquiatria de LigaçãoPublication . Vicente, F; Nascimento, M; Oliveira, C; Tomé, C; Vieira, C; Luis, AIntrodução: Entre as funções do psiquiatra de ligação, encontra-se a avaliação da capacidade de decidir. Esta envolve a capacidade de fazer escolhas de forma autónoma e surge de forma relevante na prática clínica diária como pré-condição ao consentimento informado. Objetivos: Os autores pretendem rever o processo subjacente à avaliação da capacidade de decisão, assim como outra informação relevante publicada a este respeito. Métodos: Revisão não sistemática da literatura através da pesquisa eletrónica nos motores de busca Medline/Pubmed. Resultados: A capacidade de decidir apenas pode ser avaliada relativamente a uma decisão em particular, sendo que o seu resultado não é necessariamente estável ao longo do tempo. Da mesma forma, não existe nenhum diagnóstico que permita concluir, por si só, pela incapacidade para decidir ou que possibilite prescindir da sua avaliação. Depende de vários fatores: conteúdo, forma do pensamento e funções cognitivas. Pode igualmente ser influenciada pelo nível de instrução do indivíduo, traços da personalidade, estados emocionais/mecanismos de coping ou fatores circunstanciais. Qualquer médico deverá estar habilitado para a realização desta avaliação. O psiquiatra de ligação deve ser envolvido perante a suspeita de doença mental capaz de prejudicar a capacidade de consentir ou perante a necessidade de validar uma avaliação já realizada. Appelbaum e Grisso propuseram uma avaliação sistematizada segundo os seguintes critérios: a) comunicação da escolha, b) compreensão, c) apreciação e d) processo de decisão racional/ raciocínio. Numa tentativa de minimizar diferenças entre avaliadores, foram desenvolvidos vários instrumentos de avaliação, entre os quais se destaca a MacArthur Competence Assessment Tool. Particularmente nos doentes com défice cognitivo, tem sido também utilizada o Mini Mental State Examination, surgindo propostas no sentido de correlacionar os scores obtidos com a presença de capacidade de decisão. Perante a incapacidade para decidir, deverá ser respeitado o melhor interesse do doente, sendo procurada uma “decisão de substituição”, no rigoroso respeito pela ética e pela lei. Conclusões: Um doente capaz de decidir deve apresentar: a) atenção focada no problema; b) capacidade de considerar as diferentes opções propostas; c) capacidade de avaliar os riscos e benefícios e d) capacidade de antecipar os seus possíveis resultados.
- Folie à deux: um caso de folie imposée numa díade mãe/filhoPublication . Nascimento, M; Ramos, J; Dindo, V; Ribeiro, RIntrodução: Embora a paternidade do conceito de delírio partilhado não seja consensual, a designação de folie à deux foi introduzida em 1877 por dois investigadores franceses – Lasègue e Falret. Segundo o conceito original, um indivíduo (indutor), cognitivamente dominante, desenvolve uma ideia delirante que progressivamente impõe a um segundo elemento (induzido), com quem mantém uma relação próxima. Os quatro subtipos psicopatológicos conhecidos – folie imposée, folie simultanée, folie communiquée e folie induite foram sendo descritos ao longo do final do séc. XIX, mas a sua classificação e respetiva conceptualização foi atribuída ao investigador americano Gralnick (1942). Objetivos, material e métodos: Pretende‑se com a apresentação de um caso clínico e respetiva revisão não sistemática da literatura, salientar algumas particularidades da entidade, perturbação delirante partilhada, relativamente à sua clínica, aspetos epidemiológicos e psicopatogénicos e abordagem terapêutica.Resultados: Reportou‑se um caso de delírio partilhado do tipo folie imposée numa díade mãe/filho. O elemento indutor (filho), afeto de perturbação bipolar e síndrome de Asperger, partilha com a mãe, sua cuidadora e elemento induzido, um delírio de conteúdo persecutório. Conclusões: Realça‑se a importância do isolamento social e do contacto próximo entre os dois elementos na génese da doença; discute‑se a questão da dominância cognitiva entre indutor e induzido e as implicações da separação da díade mãe/filho enquanto principal ação terapêutica preconizada.
- Mania de Bell - conceptualização a propósito de um caso clínicoPublication . Ferreira, T; Dehanov, S; Nascimento, M; Trancas, B; Ribeiro, R; Maia, TIntrodução: A mania de Bell (ou “mania delirante”) constitui um quadro clínico grave, que consiste sucintamente na sobreposição de sintomas de delirium e de mania. Vários autores deram contributos para a definição desta entidade nosológica, não obstante este ser um quadro clínico ainda mal compreendido, não existindo guidelines diagnósticas e terapêuticas, nem se conhecendo muito da sua etiopatogénese. Objectivos: Apresentar um caso de clínico de um doente que foi admitido numa enfermaria de psiquiatria, apresentando sintomatologia compatível com mania de Bell, sendo ainda discutida a marcha diagnóstica e terapêutica do caso e feita uma revisão da literatura. Métodos: Revisão não sistemática de artigos pesquisados no PubMed. Resultados e Conclusões: O estabelecimento da mania de Bell como subtipo de episódio maníaco seria útil não apenas para uniformização do seu diagnóstico como também para formulação de recomendações terapêuticas adequadas e maior informação à comunidade científica sobre este quadro clínico.
- A síndrome metabólica na esquizofrenia: uma revisão não sistemáticaPublication . Nascimento, M; Ribeiro, RIntrodução: A correlação entre doença mental e distúrbios metabólicos foi reconhecida há mais de um século. O debate acerca desta comorbilidade em doentes esquizofrénicos intensificou‑se nos últimos 20 anos, principalmente após a introdução dos Antipsicóticos Atípicos (AA), na década de 90. Objectivos: Salientar aspectos particulares da Síndrome Metabólica (SM) nesta população, com ênfase particular na sua epidemiologia, mecanismos subjacentes e terapêutica com antipsicóticos. Métodos: Revisão não sistemática da literatura Resultados e Conclusões: Apesar de existirem diferenças entre os vários critérios internacionais usados na definição de síndrome metabólica, é hoje claro que os doentes com esquizofrenia constituem a população estudada com maior prevalência da doença, sendo que a sua distribuição geográfica reflete a da população geral. Ao contrário do que se pensava inicialmente, a maior vulnerabilidade destes doentes para o desenvolvimento da síndrome metabólica não se explica inteiramente pelo tratamento com antipsicóticos. Com efeito, as doenças metabólicas associadas à esquizofrenia resultam de uma interacção entre factores hereditários, bioquímicos, hormonais e factores ambientais, onde se incluem os neurolépticos, não se explicando unicamente pelo aumento ponderal. As alterações metabólicas induzidas por antipsicóticos são uma das maiores preocupações da psicofarmacoterapia actual. Não é clara a diferença entre os antipsicóticos típicos vs. atípicos no que diz respeito à sua propensão para desenvolver SM. No entanto, é consensual que a clozapina e a olanzapina ocupam um lugar cimeiro entre os AA com pior perfil metabólico.