Psilogos Vol.10 Nº2 (Dez 2012)
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Browsing Psilogos Vol.10 Nº2 (Dez 2012) by Subject "Esquizofrenia"
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- As emoções comandam a psicose?Publication . Ribeiro, JIntrodução: Quão importante é a vida emocional das pessoas que descompensam com sintomas psicóticos? Objectivos: O objectivo deste artigo é rever evidência de que as emoções estão envolvidas causalmente nos processos psicóticos. Métodos: Revisão seleccionada de literatura sobre sintomas afectivos nas psicoses, emoções na produção de sintomas psicóticos e modelos dopaminérgicos de psicose. Resultados: Os sintomas afectivos são transversalmente importantes nas psicoses. Pessoas com esquizofrenia têm elevada reactividade emocional e a intensificação de afectos negativos não só se associa como precede a intensificação de sintomas psicóticos, o que é evidência de que emoções negativas estão a comandar o curso dos sintomas psicóticos. Representações do self negativas são centrais nos processos psicóticos e podem ser o elo de ligação entre emoções negativas e psicose. A evidência favorece a visão de que o delírio persecutório é consistente com afectos e representações do self negativos e o delírio grandioso é consistente com uma amplificação defensiva de afectos e representações do self positivos. A vergonha foi proposta como a experiência emocional básica da psicose, experiência na qual o self se torna vulnerável ao exterior, o que é consistente com vivências persecutórias. Os ataques ao self, sob a forma de hostilidade no ambiente familiar e na sociedade, são fortes preditores de descompensação e desenvolvimento de esquizofrenia. Ataques ao self que produzem derrota social são também fortes estimulantes das vias dopaminérgicas mesolímbicas, cuja hiperactividade se associa à descompensação psicótica e à experiência de “saliência aberrante”, proposta como modelo dopaminérgico de psicose. Conclusões: A “derrota do self” surge como um elo central que liga a experiência de emoções negativas à manifestação de sintomas psicóticos e seus correlatos psicológicos e neurobiológicos. A hipótese é suportada, de que as emoções ligadas a essa derrota controlam a manifestação de uma vulnerabilidade à derrota, e assim comandam o curso da psicose
- A síndrome metabólica na esquizofrenia: uma revisão não sistemáticaPublication . Nascimento, M; Ribeiro, RIntrodução: A correlação entre doença mental e distúrbios metabólicos foi reconhecida há mais de um século. O debate acerca desta comorbilidade em doentes esquizofrénicos intensificou‑se nos últimos 20 anos, principalmente após a introdução dos Antipsicóticos Atípicos (AA), na década de 90. Objectivos: Salientar aspectos particulares da Síndrome Metabólica (SM) nesta população, com ênfase particular na sua epidemiologia, mecanismos subjacentes e terapêutica com antipsicóticos. Métodos: Revisão não sistemática da literatura Resultados e Conclusões: Apesar de existirem diferenças entre os vários critérios internacionais usados na definição de síndrome metabólica, é hoje claro que os doentes com esquizofrenia constituem a população estudada com maior prevalência da doença, sendo que a sua distribuição geográfica reflete a da população geral. Ao contrário do que se pensava inicialmente, a maior vulnerabilidade destes doentes para o desenvolvimento da síndrome metabólica não se explica inteiramente pelo tratamento com antipsicóticos. Com efeito, as doenças metabólicas associadas à esquizofrenia resultam de uma interacção entre factores hereditários, bioquímicos, hormonais e factores ambientais, onde se incluem os neurolépticos, não se explicando unicamente pelo aumento ponderal. As alterações metabólicas induzidas por antipsicóticos são uma das maiores preocupações da psicofarmacoterapia actual. Não é clara a diferença entre os antipsicóticos típicos vs. atípicos no que diz respeito à sua propensão para desenvolver SM. No entanto, é consensual que a clozapina e a olanzapina ocupam um lugar cimeiro entre os AA com pior perfil metabólico.