Browsing by Author "Telles-Correia, D"
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- Barahona-Fernandes e o seu contributo para a psicopatologiaPublication . Marques, J; Telles-Correia, DIntrodução: Henrique João Barahona-Fernandes (1907-1992) foi seguramente um dos mais distintos psiquiatras portugueses do século XX. Graças ao contato direto com Egas Moniz, Sobral Cid, Carl Kleist, Kurt Schneider, Karl Jaspers, entre outros, ao seu génio, e a uma impressionante capacidade de publicação, deixou um vasto e contributo para o estudo da psicopatologia, que longe de datado, deve ser dado a conhecer às gerações mais novas. Objetivos: Foi feita uma breve revisão dos principais conceitos psicopatológicos da vasta obra legada por Barahona-Fernandes. Métodos: Pesquisa, revisão e reflexão sobre material pertinente encontrado na Biblioteca Professor Doutor Barahona-Fernandes (Hospital Júlio de Matos, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa – HJM CHPL), onde se encontra muita da sua coleção literária e obra escrita científica. Resultados: Das largas dezenas de obras consultadas destacamos aquelas em que o Barahona-Fernandes desenvolveu as ideias ligadas a três conceitos: “O modelo da Personalidade em Situação”; “O modelo das Psicose Sintomáticas”; e “O grupo das Holodisfrenias”. Todos estes conceitos são desenvolvidos neste artigo. Conclusão: A obra de Barahona-Fernandes merece toda a atenção dos estudiosos e acadé- micos na área da psicopatologia. A sua riqueza vai muito além do interesse meramente histórico, dado que o seu conteúdo tem aplicabilidade à luz da psiquiatria clínica e das neurociências actuais, podendo ser utilizado com intuitos pedagógicos no ensino pré e pós- -graduado da psiquiatria e da psicologia.
- Depressão, obesidade e cirurgia bariátricaPublication . Lopes, A; Telles-Correia, DIntrodução: O excesso de peso é um problema cada vez mais significativo em todo o mundo. Em Portugal, em 2008, 60% da população adulta tinha excesso de peso e 25% era obesa. A relação entre as perturbações afetivas e a obesidade é sobejamente conhecida e cerca de 2/3 da população que procura a cirurgia bariátrica tem um diagnóstico psiquiátrico, sendo a depressão o mais comum. Objetivos: Esta revisão pretende estudar a relação da depressão e obesidade antes e após uma cirurgia bariátrica e analisar o impacto da cirurgia bariátrica na farmacocinética dos medicamentos antidepressivos e vitaminas e minerais com influência na sintomatologia depressiva. Metodologia: Efetuou-se uma pesquisa na literatura em língua inglesa na MEDLINE, desde 1988 a 2015, utilizando como palavras-chave: absorption, bioavailability, bariatric surgery, obesity, depression, antidepressants. Resultados: A depressão e a obesidade potenciam-se uma à outra, estando fatores como a gravidade de cada uma destas condições, o género, a inatividade física, a dieta e a toma de medicamentos antidepressivos envolvidos nesta relação recíproca. A cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade acarreta alterações na farmacocinética dos fármacos antidepressivos e nos nutrientes envolvidos na regulação do humor. Discussão e Conclusão: Os dados disponíveis sobre os temas propostos alertam para a necessidade de prestar atenção aos doentes submetidos a cirurgia bariátrica e com sintomatologia depressiva. Não só porque a existência de sintomatologia depressiva prediz um menor sucesso na perda de peso, mas também porque esta cirurgia acarreta uma diminuição na biodisponibilidade da medicação antidepressiva.
- Psicofármacos e VIHPublication . Moreira, AL; Pereira, M; Telles-Correia, DIntrodução: A infecção VIH/SIDA está muitas vezes associada a perturbações psiquiátricas tais como psicose, depressão e ansiedade. Comorbilidades psiquiátricas podem interferir na adesão à terapêutica anti-retrovírica, pelo que o seu diagnóstico e o tratamento oportuno são essenciais. No entanto, a administração de um psicofármaco concomitante à terapêutica HAART pode resultar em interacções medica mentosas. Objectivos: Esta revisão pretende analisar os vários psicofármacos que podem ser usados nestes doentes, bem como as interacções e reacções adversas que podem surgir. Métodos: Foi efectuada uma pesquisa na lite- ratura anglo-saxónica, de 1993 até 2011, pela MEDLINE, utilizando como palavras-chave: HIV, AIDS, psychosis, depression, anxiety, sec- ondary mania, antidepressive agents, an- tipsychotics, benzodiazepines, HAART. Resultados: Foram localizados 100 artigos, dos quais 66 foram incluídos e 34 excluídos. Os artigos que não apresentassem dados espe- cíficos sobre o uso de psicofármacos nos doen - tes com VIH foram excluídos. Discussão: Podem ocorrer interações farma- cológicas por ocupação das mesmas vias de metabolização dos medicamentos. São neces- sários estudos adicionais com indicações para uma boa prática clínica. São ainda de conside- rar as intervenções psicoterapêuticas. Conclusão: A escolha da intervenção terapêu- tica, nomeadamente quando se consideram psicofármacos, com o menor número de inte- racções e efeitos adversos é crucial para alcan- çar o sucesso terapêutico no tratamento dos doentes com VIH.
- Psicopatologia e encefalopatia hepáticaPublication . Marques, J; Telles-Correia, D; Canhoto, MDesde Hipócrates que as alterações psiquiátricas causadas por doença hepática têm fascinado os médicos, mas só em finais do século XIX é que Marcel Nencki e Ivan Pavlov sugeriram a relação entre o aumento de concentração de amónia e a Encefalopatia Hepática (EH). O fruto da reacção entre a amónia e o glutamato (a glutamina, verdadeiro “Cavalo de Tróia da neurotoxidade da amónia”) continua sendo considerado o principal responsável pelas lesões neurológicas, confirmadas recentemente através de estudos de neuroquímica e de neuroimagiologia. A glutamina espoleta processos inflamatórios a nível do sistema nervoso central para os quais parecem também contribuir o manganésio, e os sistemas neurotransmissores gabaérgico e endocanabinóides. Actualmente consideram-se três grandes grupos etiológicos, qualitativos, de EH: tipo A associada a falência hepática aguda; tipo B associada a bypass porto-sistémico; e tipo C associada a insuficiência hepática crónica por cirrose. Quanto ao estadiamento clínico, este ainda se baseia no sistema West Haven, mas com a novidade da introdução de um Grau 0 pré-clínico (a chamada EH Mínima); à medida que agrava a EH pode ser quantificada entre o Grau 1 (com alterações subtis ao exame médico), e o Grau 4 (onde se instala o estado comatoso). Neste trabalho pretende-se fazer uma revisão bibliográfica de 30 artigos recentes, que focam os vários aspectos psicopatológicos, fisiopatológicos, etiológicos e de estadiamento nesta entidade clínica transversal à Psiquiatria e à Gastrenterologia. São descritas a nível da vigilidade e consciência: a desorientação no tempo, espaço e pessoa. Ao nível da atenção, concentração e memória há alteração dos testes neuropsicológicos logo na fase pré-clínica. O humor pode oscilar entre o eufórico e o depressivo. As alterações da personalidade podem instalar-se de forma óbvia e abrupta ou de forma subtil e insidiosa. Na percepção há alucinações visuais mas também acústico-verbais. O pensamento pode ser delirante paranóide, sistematizado ou não. O discurso poderá estar acelerado, lentificado ou imperceptível. O insight surge prejudicado na EH Mínima, nomeadamente para a capacidade de condução de veículos. Na vida instintiva, várias perturbações de sono atingem metade dos doentes com EH; o apetite surge diminuído mas foi descrito pelo menos um caso de pica; enquanto que a libido poderá parecer aumentada em contexto de uma desinibição semelhante à verificada nas lesões do lobo pré-frontal.
- Reacções adversas medicamentosas cutâneas associadas aos psicofármacos: uma revisão da literaturaPublication . Novais, F; Vasconcelos, JP; Telles-Correia, DIntrodução: Os psicofármacos são, muitas vezes, associados a reacções adversas medicamentosas cutâneas. Grande parte destas reacções tem um carácter benigno, sendo no entanto, importante considerar o seu papel no aumento do estigma e adesão terapêutica. Uma pequena parte das reações adversas medicamentosas cutâneas pode evoluir para quadros graves e potencialmente fatais. Objectivos: Esta revisão pretende analisar as reacções adversas medicamentosas cutâneas mais frequentes em doentes medicados com psicofármacos. Métodos: Neste trabalho, efetuou-se uma pesquisa na literatura anglo-saxónica, de 1999 até 2014, pela MEDLINE, utilizando como palavras-chave: psychiatric, psychotropic, cutaneous, adverse reaction, antidepressive agents, antipsychotics, benzodiazepines, mood stabilizers, anticonvulsant, dementia. Foi, ainda, consultada informação acerca dos medicamentos disponibilizada no site do Infarmed. Resultados: Foram encontrados 121 artigos com referência a reacções adversas medicamentosas cutâneas associadas aos psicofármacos. Os medicamentos mais frequentemente associados a este tipo de efeito adverso foram os fármacos anticonvulsivantes e estabilizadores do humor, seguindo-se os antipsicóticos. Os antidemenciais foram raramente associados a toxidermias graves. Discussão e Conclusão: Os psicofármacos podem ser responsáveis por um largo leque de reações tóxicas dermatológicas. Parte destes efeitos secundários poderá ser resolvido com a redução ou interrupção do fármaco. Em casos mais graves deve ser feita a referenciação ao especialista em dermatologia.
- Utilização de psicotrópicos na doença respiratóriaPublication . Pedro, P; Telles-Correia, D; Ganhão, IIntrodução: A comorbilidade psiquiátrica é frequente em doentes com patologia respiratória, sendo que as perturbações depressivas e ansiosas são as que mais se verificam nesta população. Contudo, tendem a ser sub-diagnosticadas, possivelmente devido à sobrepo-sição entre as manifestações somáticas da doença psiquiátrica e os sintomas físicos da disfunção respiratória grave. A ocorrência de patologia psiquiátrica em doentes com patologia respiratória tem um impacto negativo em vários indicadores da saúde (controlo da doença, fraca adesão à terapêutica, compromisso funcional, aumento da utilização de cuidados de saúde, atrasos na avaliação ou tratamento e aumento dos custos relacionados com a saúde). O tratamento das perturbações emocionais associadas às doenças respirató-rias pode permitir o aumento da qualidade de vida associada à saúde e o alívio de alguma sintomatologia respiratória. Objectivos: Com este artigo, pretendemos rever as principais classes de psicofármacos que poderão ser úteis para a estabilização de sintomatologia psiquiátrica em doentes com doen- ça respiratória concomitante e principais efeitos secundários associados a esta população. Métodos: Os artigos selecionados para a revisão, foram identificados através de uma pesquisa sistemática da literatura em inglês na Medline, de Janeiro de 1970 a Maio de 2013, combinando as palavras-chave: psychotropics, antidepressants, mood stabilizers, anxiolytics, hypnotics, antidementia agents, respiratory illness/disease e lung disease (vinte e sete revisões, seis estudos originais, seis ensaios clínicos, quatro estudos randomizados controlados, um relatório curto, um estudo comparativo e um editorial). Foram também consultados quatro livros de texto relativos ao mesmo tema e cujas datas de publicação se encontram entre Janeiro de 1970 e Maio de 2013. Resultados e Conclusões: A comorbilidade psiquiátrica em doentes com patologia res-piratória é frequente e pode ter um impacto importante na morbilidade e mortalidade. É, assim, fundamental, saber-se como tratar adequadamente os sintomas psiquiátricos nestes doentes.