Imunohemoterapia
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- Estratégias na Terapêutica Transfusional na Malária e DrepanocitosePublication . Barra, AUm mesmo mundo, diferentes realidades Apesar dos casos de malária, no mundo, terem diminuído de aproximadamente 40 milhões entre 2000 e 2015, neste último ano o número estimado de mortes por malária ainda rondou os 438.000, sendo 88% destas na região africana.(1) Em 2011 os casos de morte por malária aconteceram maioritariamente em crianças com menos de 5 anos de idade na África subsaariana.(2) As grávidas, são um grupo, com um risco aumentado de morbilidade e mortalidade, que se estende ao período pós-parto,(2) risco que também se estende aos pacientes com mais de 65 anos.(3) À escala global a malária continua a ser uma das infeções que mais comumente se transmite por transfusão (MTT), podendo o seu desfecho ser fatal.(4) A anemia severa constitui o sintoma mais frequente e definidor de malária severa, sendo a desnutrição um fator de menor resistência às infecções, causa de anemia e de maior morbilidade e mortalidade nas crianças infetadas por malária.(5) A Organização Mundial de Saúde (OMS), considerou em 1973 que a malária indígena tinha sido erradicada em Portugal, não havendo, no entanto, registos de casos desde 1959.(6) No ano de 2015 não houve casos comunicados de malária indígena na região europeia e não se verificaram no período entre 2000 e 2015 casos de morte nesta região por malária indígena.(1) No entanto as viagens a países endémicos, os fluxos migratórios e as visitas de migrantes a viver na Europa que visitam familiares e amigos em países endémicos, tem aumentado os casos de malária importada na região europeia.(2) Entre 1990 e 2008 registou-se, em Portugal Continental, uma média de 68 casos/ano, tendo ocorrido maioritariamente no distrito de Lisboa (47,5%; período 1990-2006). A mortalidade entre 1960-2012 rondou, em média, os 2,6 falecimentos/ano, por esta razão.(6) A drepanocitose é a hemoglobinopatia com maior predominância no mundo, sendo a África subsaariana uma das regiões mais afectadas.(7) Esta patologia é responsável mundialmente por, aproximadamente, 28 600 mortes/ano.(8) Existem hoje fortes evidências de que uma importante razão para o aparecimento, de algumas, das hemoglobinopatias tenha sido a pressão selectiva exercida pela infecção por plasmódio, particularmente em África.(9, 10) Dados de 2003 da OMS, apontam para que em África 10,68/1000 habitantes estivessem afetados por drepanocitose (SS, SC e S/Talassemia β), enquanto os dados referentes à Europa referiam 0,07/1000 habitantes afetados, sendo que estes números poderão ter-se modificado devido aos movimentos migratórios.(11) Portugal é dos países onde os fluxos migratórios, aportaram, em crescendo, desde os anos 70 um grande fluxo de populações migrantes portadoras de HbS.(12) A forma mais comum de drepanocitose (>70%) é a SS,(13) sendo também a mais severa.(14) Em África estão concentrados 80% dos casos de drepanocitose e 70% dos recém-nascidos afetados.(11) A desnutrição afeta também os doentes com anemia falciforme, doentes que, pelo seu hipermetabolismo, têm só por si necessidades nutricionais aumentadas. Levando a desnutrição a aumento de ocorrência de infecções, diminuição do crescimento e maturação,(15, 16) podendo a sua correção proporcionar um aumento do hematócrito e a uma diminuição das crises álgicas.(16) A população homozigótica (HbSS) representa uma grande preocupação, sendo que, nos países economicamente desfavorecidos, a maioria morre antes dos 5 anos de idade e nos países com maior potencial económico, a maioria dos adultos, sobreviventes, têm complicações agudas e crónicas durante toda a sua vida.(12) A drepanocitose nas grávidas está associada a riscos aumentados de complicações, tanto para o feto como para a mãe.(8, 17) As hemoglobinopatias, entre elas a drepanocitose, são causadas por alterações genéticas que podem conferir proteção contra a malária severa, sendo os portadores heterozigóticos de HbS (HbAS) exemplo disso.(9, 12, 14, 18, 19) Os mecanismos que conferem esta proteção são múltiplos, não estando muitos deles totalmente esclarecidos, variando com o tipo de hemoglobinopatia e, no caso dos portadores de HbAS, também com a idade, tendo os mais velhos, a viver em áreas de exposição, uma maior proteção.(9) Outro mecanismo de adaptação contra a infecção por malária (P.knowlesi and P. vivax),(20) que se encontra identificado, é a ausência de antigénios Duffy na superfície dos eritrócitos. Sendo as expressões mais importantes do gene os antigénios Fya e Fyb.(21) O fenótipo Fy(a-b-) é raro na população caucasiana mas é comum em indivíduos melanodérmicos de origem africana.(20)Nesta população a mutação que, habitualmente, está subjacente à ausência expressão do Fyb nos eritrócitos, não impede a expressão da proteína noutros tecidos, fazendo com que os mesmos não desenvolvam anticorpos anti-Fyb,(20) permitindo transfundir estes indivíduos com eritrócitos Fyb.(22) Existem situações em que as hemoglobinopatias podem ter um efeito perverso a quando da infecção por plasmodia, como parece ser o caso dos doentes portadores de HbSS, que apesar de protegidos, podem, quando infetados, ser altamente suscetíveis a consequências catastróficas, particularmente anemia grave.(9) Na África subsaariana ainda há dádivas de sangue com origem em dadores que são remunerados pela sua dádiva, sendo a maioria pessoas com baixos recursos económicos a viverem em locais onde existe uma forte probabilidade de transmissão de malária,(23) tem no entanto havido um esforço para que a dádiva se torne voluntária e não remunerada.(24) Em Portugal, a segurança transfusional e a qualidade dos componentes sanguíneos, tem como organismos reguladores o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), tendo-se transposto para a ordem jurídica nacional as directivas europeias nessa matéria (25-27) e suplementada por Norma de Orientação Clínica (NOC) emanada pela DGS.(28) Outras NOCs definem critérios que permitem otimizar o doente e padronizar e racionalizar a transfusão de componentes sanguíneos.(29-34) A dádiva de sangue, em Portugal, é voluntária, benévola e não remunerada,(25, 35) a leucoredução universal de componentes sanguíneos é também uma prática obrigatória.(36, 37) Os critérios adotados permitiram que em Portugal não se tenham registado casos de malária transmitida pela transfusão entre 2009 e 2015 (período analisado).(38) A transfusão em doentes com malária ou drepanocitose a prática do SSMT do HFF e a importância da cooperação interinstitucional A transfusão de doentes deve ser feita com critérios clínicos uniformes e bem definidos, devendo também a dádiva, colheita, processamento, conservação, distribuição, rastreabilidade e hemovigilância, estudo laboratorial e controlo de qualidade dos componentes, técnicas e aparelhos, obedecer a regras previamente definidas. A formação contínua de todos os profissionais envolvidos na cadeia transfusional é, também, fundamental para a optimização de todo o processo, assim como a instituição de programas da qualidade nesta área tão sensível da saúde. Tanto a malaria como a drepanocitose são doenças que podem requerer tratamento transfusional.(3, 39) Não sendo a transfusão uma terapêutica isenta de riscos e complicações.(8, 39-41) A trombocitopenia pode ser uma das complicações da malária,(42) no entanto a transfusão de plaquetas não está indicada, exceto se houver hemorragia ativa.(3)A transfusão de CEs pode estar indicada na anemia sintomática, sendo que a transfusão permuta deixou de ter indicação.(3) A transfusão nos doentes com drepanocitose é uma terapêutica utilizada tanto em episódios agudos, como cronicamente.(41) A transfusão profilática, na grávida, continua a ser causa de alguma controvérsia na literatura.(8, 43) A prevalência de crianças que nascem, no Hospital Fernando Fonseca (HFF), com hemoglobinopatias é de 1: 1000-1349, entre 3 e 4 vezes superior à nacional - 1:4000.(44) Das electroforeses das hemoglobinas, realizadas no hospital, entre 2008-2013, 19% tinham traçados eletroforéticos alterados, sendo que 9% (n=68) dos doentes estudados com doença falciforme eram homozigóticos.(45) No Serviço de Sangue e Medicina Transfusional (SSMT), do HFF, onde trabalho, foram tomadas medidas adequadas para a transfusão em pediatria, algumas das medidas abaixo enunciadas permitem também uma prática transfusional adaptada aos doentes com drepanocitose. Nas amostras de sangue, a todos os dadores na sua primeira dádiva é feito um teste qualitativo que deteta HbS (SICLEDEX®, MediMark®Europe), permitindo, como está preconizado, transfundir estes doentes com CEs sem HbS.(41, 46) Todas as primeiras dádivas, são testadas para deteção de anticorpos anti-CMV, sendo as amostras dos dadores negativos testadas a cada dádiva posterior.(47, 48) Sempre que possível transfundimos os doentes com indicação, entre os quais grávidas(47, 48) e crianças até aos 6 meses após o nascimento, com estes componentes celulares.(48-50) A ligação estéril a sacos satélite, quando estes não são parte integrante do sistema de colheita, permite dividir uma unidade de CE padrão em alíquotas, evitando a exposição da criança politransfundida a um maior número de diferentes dádivas.(49) A todos os dadores a partir da 3ª dádiva no serviço é feita fenotipagem alargada (51) estando estes dados guardados numa base de dados eletrónica que se pode consultar facilmente, permitindo, ainda, saber quais os CEs existentes no Serviço com fenótipos compatíveis com um determinado doente.(52) A todos os doentes em que se preveja necessidade crónica de transfusão, é feita fenotipagem alargada (C, c, E, e, K, k, Jka, Jkb, Fya, Fyb, S, s).(46) Nos doentes com drepanocitose, Fyb-, é pedida genotipagem ao laboratório de imunoematologia do IPST para detecção do alelo silencioso.(20, 22) Estas medidas permitiram não termos registo de aloimunizações nestes doentes.(52, 53) Uma boa ligação entre o serviço e o IPST é essencial para transfundir estes doentes, com fenótipos muitas vezes difíceis de encontrar na população habitual de dadores. Apesar de nas linhas de orientação atuais, não haver uma indicação formal, para irradiação de Concentrados Eritrocitários (CEs) ou de Plaquetas, nos doentes com drepanocitose. No serviço onde trabalho, vários fatores levaram a que, por rotina estes componentes fossem irradiados para estes doentes.(52) Entre estes fatores estão o fato de estes doentes serem doentes que vão ser politransfundidos durante a sua vida, com exposição a um numero muito grande e variado de dadores, podendo haver similaridade entre o HLA de algum destes e o doente, e o fato de as transfusões para estes doentes serem feitas, como recomendado, com CEs, com um tempo pós colheita <10 dias,(46) portanto com linfócitos mais ativos(54, 55) e com maior potencial de desencadear Doença de Enxerto Contra Hospedeiro (DECH-AT; TA-GVHD),(55) estando a doença relatada em doentes que aparentemente não tinham indicação para irradiação de componentes(55, 56) Aos doentes pediátricos com indicação para transfusão permuta parcial, esta é feita no serviço de pediatria, aos adultos, em qualquer outro serviço. Atualmente, no hospital, é utlizado, em praticamente todas as situações o método automático(57), mas há situações onde, por variadas circunstâncias, ainda se utiliza o manual, com bons resultados.(58) Desafios da transfusão de doentes com drepanocitose, em África A transfusão segura dos doentes em África é uma das maiores preocupações, de saúde pública, do continente que consegue apenas cobrir 40% das necessidades transfusionais, estimadas. Deficientes infra-estruturas, profissionais qualificados e suporte organizacional, estão entre os muitos desafios colocados à segurança transfusional em muitos dos países Africanos.(24) Uma das grandes preocupações reais é a transmissão de infecções através da transfusão (TTIs),(24), entre elas a malária,(23, 24) preocupação ainda maior em doentes que tenham que recorrer a esta terapêutica cronicamente, como é o caso dos doentes com drepanocitose. (17) Muitas das TTIs com grande prevalência nos países africanos (vírus, bactérias, protozoários, nematodos) não são identificados pelos testes de despiste utilizados por rotina, sendo que muitos dos países, por dificuldades económicas, não conseguem fazer os despistes mínimos exigidos nos países industrializados.(24) Nos dadores de sangue, em África, não podem ser seguidos os critérios e estratégias utilizados nos países não endémicos para a não transmissão de malária através da transfusão.(24, 59) Não conseguindo o inquérito pré-dádiva e os testes utilizados, como a gota espessa, o esfregaço e/ou a detecção rápida de antigénios, ser suficientes para evitar todos os casos de transmissão(24), tendo a técnica de detecção de DNA ainda custos muito elevados.(23, 60) Pelas razões acima invocadas uma estratégia adicional é administrar, em doses curativas e profiláticas, terapêutica específica aos doentes a transfundir.(23) Várias estratégias poderão ser seguidas para tornar a transfusão mais segura e eficaz, em África, tendo elas, como foi referido, vários aspetos a ter em conta.(24) Existem vários autores preconizando a utilização de tecnologias de redução patogénica como mais um passo/alternativa para assegurar uma diminuição nas TTIs.(24, 61, 62) Uma das limitações a esta utilização pode ser o facto de, nos países em desenvolvimento, na transfusão continuar a ser utilizado, principalmente, sangue total.(63) O estudo, imunohematológico, em África, dos doentes com drepanocitose deverá incluir a prova reversa na determinação do grupo ABO,(24), no mínimo, a determinação dos antigénios Rh (D,C,c,E,e) e K,(49) pesquisa de aloanticorpos, e prova de compatibilidade com unidades, de CE, ABO compatíveis e nos antigénios referidos anteriormente, sendo que se deve tentar, sempre que possível, transfundir estes doente com CEs com o menor tempo de colheita possível (<10 dias). Sempre que haja histórico ou achado de anticorpos com significado clínico, devem escolher-se unidades negativas para os antigénios correspondentes.(46) Estes doentes devem ser transfundidos com CEs de dádivas negativas para HbS.(46) Bibliografia 1. WHO. World Malaria Report 2015 - Summary. 2016. 2. Askling HH, Bruneel F, Burchard G, Castelli F, Chiodini PL, Grobusch MP, et al. Management of imported malaria in Europe. Malar J. 2012;11:328. 3. Lalloo DG, Shingadia D, Bell DJ, Beeching NJ, Whitty CJ, Chiodini PL, et al. UK malaria treatment guidelines 2016. J Infect. 2016;72(6):635-49. 4. Kitchen AD, Chiodini PL. Malaria and blood transfusion. Vox Sang. 2006;90(2):77-84. 5. Ehrhardt S, Burchard GD, Mantel C, Cramer JP, Kaiser S, Kubo M, et al. Malaria, anemia, and malnutrition in african children--defining intervention priorities. J Infect Dis. 2006;194(1):108-14. 6. David de Morais J. Malária em Portugal: passado, presente e perspectivas futuras - I parte. 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- Importância da genotipagem na terapêutica transfusional de doentes com drepanocitosePublication . Costa, C; Lichtner, A; Rodrigues, MJ; Moser, MI; Barra, A; Cardoso, E; Fernandes, A; Magalhães, D; Nunes, C; Pereira, M; Plácido, C; Simões, AIntrodução A drepanocitose é uma hemoglobinopatia autossómica recessiva com uma incidência na população portuguesa de 0,32%. A História, associada à actual imigração de países africanos de língua portuguesa, deram origem a alguns “hot spots” de portadores no centro e sul do país e à considerável incidência da drepanocitose. A fenotipagem alargada tem sido utilizada para transfundir com segurança os doentes com drepanocitose, prevenindo a aloimunização e as reacções transfusionais hemolíticas. Nos últimos anos, contudo, vários estudos demonstraram a importância da genotipagem na transfusão destes doentes. O fenótipo Fy(a-b-), comum em Africanos e raro noutras populações, na maioria dos casos tem como origem genética, uma mutação no promotor do gene FYB (FY*null01), que impede a transcrição do antigénio Fyb nos glóbulos vermelhos mas mantêm intacta a sua expressão noutros tecidos. Assim, sempre que se detecta essa mutação, o doente pode ser transfundido com sangue Fyb+ sem risco de imunização Objectivo Estudo molecular dos drepanocíticos relativamente aos principais antigénios dos Sistemas Kell, Kidd e Duffy para transfundir com maior segurança evitando a aloimunização. Métodos Foram genotipados 21 drepanocíticos politransfundidos durante o ano de 2014, com o Kit KKD-Type BAGHealthcare, Alemanha. Os doentes eram todos Afro-Portugueses, 13 mulheres e 8 homens, com idades entre os 2 e os 30 anos de idade. Resultados Os resultados serológicos dos fenótipos Kell, Kidd e Duffy foram confirmados pelos estudos moleculares. No Sistema Duffy foram identificados 3 fenótipos e a genotipagem revelou a presença de FY*null01 em 19 doentes (90%), sendo a maioria destes Fy(a-b-) (17 - 89,5%) e os restantes Fy(a+b-) (2-10,5%). Conclusão A genotipagem demonstrou ser importante para a selecção mais adequada de Concentrados Eritrocitários (CEs), evitando a aloimunização em doentes drepanocíticos. Os resultados demonstraram que 90% dos doentes drepanocíticos estudados possuíam a mutação no promotor do gene FYB, tornando possível a transfusão de CEs Fyb+ a doentes com os fenótipos Fy(a-b-) e Fy(a+b-). Esta característica permitiu-nos aumentar a base de dadores compatíveis com estes doentes pois a incidência de dadores Fy(a-b-) é muito baixa na nossa população.
- Terapia transfusional e drepanocitose: a nossa experiênciaPublication . Costa, C; Barradas, A; Barra, A; Pereira, F; Soares, L; Simões, A; Venâncio, BIntrodução: A drepanocitose é a mais comum das hemoglobinopatias. O objectivo principal da terapia transfusional nesta patologia é prevenir os acidentes vasculares, melhorar a perfusão tecidular e tratar as complicações da anemia. Contudo, o risco de alo imunização é uma limitação bem conhecida da terapia transfusional. Desde 2007 que no nosso serviço tem vindo a ser feito um trabalho de vigilância mais apertada destes doentes. Pretendemos com este estudo partilhar a nossa experiência na transfusão de doentes com drepanocitose. MATERIAL E MÉTODOS: Os dados foram colhidos entre: Janeiro de 2007 e Janeiro de 2009. Estudaram-se 36 doentes com drepanocitose que necessitaram de receber transfusão de CE, 15 do sexo feminino e 21 do sexo masculino com idades entre os 3 e os 38 anos (média: 17 anos). Todos eles de raça negra. Para transfundir estes doentes foi seguido um protocolo preestabelecido. Transfundimos estes doentes com CE de 121 dadores compatíveis, previamente estudados. Os estudos laboratoriais incluíram: HbS, os fenótipos ABO, Rh e fenotipagem alargada, DAT e IAT. RESULTADOS: Foram realizadas a estes doentes no período acima descrito 423 transfusões de CE. Em média, cada doente recebeu 11,75 CE. O doente com maior número de transfusões fez 21 unidades de CE (não tendo desenvolvido alo anticorpos). O estudo laboratorial pré-transfusional identificou anticorpos em 4 doentes, 2 anticorpos anti-E, 1 anti-Le e 1 inconclusivo. CONCLUSÃO: No estudo realizado, todos os doentes em que se encontraram anticorpos já tinham sido transfundidos anteriormente noutras instituições. Não encontramos alo imunizações nos doentes exclusivamente transfundidos pelo nosso serviço. A nossa experiência em transfundir doentes com drepanocitose demonstra que a compatibilização de unidades de CE para os antigénicos C, E, Kidd e Dulfy (fenotipagem alargada) reduz significativamente a alo imunização. Daí a importância de termos um ficheiro de dadores na urgência com fenotipagem alargada.
- Transfusão Permuta Parcial em Crianças e Jovens com Doença Falciforme: Comparação da Experiência Manual com o Procedimento AutomatizadoPublication . Escobar, C; Moniz, M; Nunes, P; Abadesso, C; Ferreira, T; Barra, A; Lichtner, A; Loureiro, H; Dias, A; Almeida, HINTRODUCTION: The benefits of manual versus automated red blood cell exchange have rarely been documented and studies in young sickle cell disease patients are scarce. We aim to describe and compare our experience in these two procedures. MATERIAL AND METHODS: Young patients (≤ 21 years old) who underwent manual- or automated-red blood cell exchange for prevention or treatment of sickle cell disease complications were included. Clinical, technical and hematological data were prospectively recorded and analyzed. RESULTS: Ninety-four red blood cell exchange sessions were performed over a period of 68 months, including 57 manual and 37 automated, 63 for chronic complications prevention, 30 for acute complications and one in the pre-operative setting. Mean decrease in sickle hemoglobin levels was higher in automated-red blood cell exchange (p < 0.001) and permitted a higher sickle hemoglobin level decrease per volume removed (p < 0.001), while hemoglobin and hematocrit remained stable. Ferritin levels on chronic patients decreased 54%. Most frequent concern was catheter outflow obstruction on manual-red blood cell exchange and access alarm on automated-red blood cell exchange. No major complication or alloimunization was recorded. DISCUSSION: Automated-red blood cell exchange decreased sickle hemoglobin levels more efficiently than manual procedure in the setting of acute and chronic complications of sickle cell disease, with minor technical concerns mainly due to vascular access. The threshold of sickle hemoglobin should be individualized for clinical and hematological goals. In our cohort of young patients, the need for an acceptable venous access was a limiting factor, but iron-overload was avoided. CONCLUSION: Automated red blood cell exchange is safe and well tolerated. It permits a higher sickle hemoglobin removal efficacy, better volume status control and iron-overload avoidance.
- Transfusão permuta parcial no tratamento de complicações agudas na drepanocitosePublication . Escobar, C; Moniz, M; Mascarenhas, I; Silvestre, C; Nunes, P; Abadesso, C; Ferreira, T; Loureiro, H; Barra, A; Dias, A; Almeida, HIIntrodução: A doença das células falciformes ou drepanocitose pode ter consequências graves e as transfusões têm um papel fundamental no prognóstico da doença. Existem poucos estudos sobre a utilização da técnica manual de transfusão permuta ou exsanguíneo-transfusão parcial de glóbulos vermelhos no tratamento de complicações agudas da drepanocitose na população pediátrica. A técnica pretende diminuir os níveis de hemoglobina S, mantendo estáveis a concentração de hemoglobina e o hematrócrito, evitando a sobrecarga hídrica e de ferro. Neste trabalho é descrita a experiência dos autores de utilização de transfusão permuta parcial. Métodos: Estudo observacional e descritivo de crianças com células falciformes internadas numa unidade de cuidados intensivos pediátricos entre janeiro de 2011 e dezembro de 2013 e que realizaram transfusão permuta parcial manual. Resultados: Foram realizados dez procedimentos a sete doentes . A mediana da idade era de nove e todos eram homozigóticos para hemoglobina S. A indicação foi acidente vascular cerebral num e síndrome torácica aguda em nove. A mediana da redução de hemoglobina S foi de 27% com incremento de hemoglobina de 0,1g/dL. A mediana do volume trocado foi de cerca de 24mL/kg e a técnica demorou 60-120 minutos. As complicações foram obstrução do lúmen do cateter, hipotensão e hipotermia. Todos os doentes apresentaram melhoria clínica, exceto no acidente vascular cerebral. Discussão: A transfusão permuta parcial manual é uma técnica simples e segura, associada a bons resultados clínicos, e que pode ser realizada em unidades de pediatria sem equipamento de eritrocitaferese nem diferenciação específica, permitindo assim uma expansão das opções terapêuticas das complicações agudas da drepanocitose.
- Transfusion therapy and sickle cell diseasePublication . Barra, A; Barradas, A; Cardoso, E; Costa, C; Ferreira, R; Fontes, A; Mota, M; Moura, H; Oliveira, C; Pereira, F; Rebelo, S; Rodrigues, T; Santos, L; Silva, A; Silva, I; Simões, A; Soares, F; Venâncio, BBackground: Sickle cell disease is a very common hemoglobinopathy. The main goal of transfusion therapy in sickle cell disease is to prevent thrombotic events, improve tissue oxygenation and treat anaemia complications. However the risk of all immunization is well known. Since 2001 our service has been doing a tight surveillance work in sickle cell patients, creating a database of about 15,000 studied blood donors. Aims: We want to share our experience in transfusion of sickle cell patients and highlight the importance to have a computer database with compatible donors in order to reduce all immunization in these patients. Methods: We have studied the above described donors for the following blood group systems ABO, Rh, Kell, Duffy, Kidd, MNSs, Lutheran, P (P1) and haemoglobin S. For each transfusion demand for these patients we research in our computer data base the more likely compatible donor. From January 2007 to January 2011 we studied 64 patients. To transfuse these patients we followed the protocol described above. We transfused these patients with red cells of compatible donors pre investigated. We perform pre transfusion tests in all patients. Results : Have been studied 64 patients who needed red cells transfusion, 30 were females and 34 were males. The range of ages was from 1 to 46 years old. 55 patients were black (85.9%). We have been able to transfuse these patients with red cells of 135 compatible donors from database. We performed 439 red cell concentrate (RCC) transfusions (average per patient 6.85). The patient with the biggest supply was transfused with 22 RCC and we didn’t find in this case any clinically significant red cell alloantibody. We had 7 positive antibody screenings, 2 were anti-Lea, 2 anti-E and 3 were inconclusive. Summary/Conclusions: In our study all patients with clinically significant alloantibody were previously transfused in other institution. We didn’t find any alloantibody in patients exclusively transfused in our department. Our experience transfusing sickle cell disease patients reveals that RCC compatible to antigens of the groups mentioned above greatly reduce all immunization. Hence the importance of the existence in urgency blood department of extended phenotype donors files.