Browsing by Author "Ferreira, GC"
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- Doença de Kawasaki: casuística do Hospital Fernando da FonsecaPublication . Gouveia, C; Brito, MJ; Ferreira, GC; Ferreira, M; Nunes, MA; Machado, MCIntrodução: A doença de Kawasaki (DK) é a doença cardíaca adquirida mais importante da infância, em países desenvolvidos. Vinte por cento das crianças não tratadas desenvolvem doença das coronárias, sendo as complicações a nível cardiovascular que determinam a morbilidade e mortalidade da doença. Objectivo: Avaliar a epidemiologia, clínica e alterações laboratoriais e ecocardiográficas dos casos de DK diagnosticados no H. Fernando Fonseca e identificar os eventuais factores que possam influenciar o prognóstico da doença. População e Métodos: Estudo retrospectivo, Junho 1996 a Dezembro de 2003, das crianças internadas no Hospital Fernando Fonseca com Doença Kawasaki. O diagnóstico baseou-se na presença de febre associada a 4 dos 5 critérios clássicos ou 3 deles em associação com aneurismas coronários. Analisaram-se parâmetros demográficos, clínica, exames complementares, terapêutica e evolução. A análise estatística foi realizada em SPSS, utilizando os testes de Mann-whitney e Teste Exacto de Fisher. Resultados: Registaram-se 23 crianças com DK. A incidência foi de 8,2 por 100 000 crianças < 5 anos. A idade variou entre os 6 meses e os 5 anos (mediana - 20 meses) Vinte e uma (91 %) tinham < 5 anos, dos quais 13 tinham < 2 anos. Houve um predomínio do sexo masculino (74 %) e da raça caucasiana (83 %). Nove casos residiam na mesma área geográfica. Foi documentada patologia infecciosa concomitante em 10 (43%)crianças (Parvovirus, Chlamydia pneumoniae, Vírus sincicial respiratório, Enterovirus e Herpes vírus 6). Vinte crianças preenchiam os critérios de DK clássica. Em 22 crianças foi administrada terapêutica combinada com aspirina e imunoglobulina endovenosa, em média foi administrada ao 7.º dia de doença. Sete (30 %) crianças apresentaram envolvimento das artérias coronárias. A idade inferior a 2 anos foi significativa para a lesão coronária. O tempo médio de seguimento foi de 16 meses. Não se registou mortalidade e actualmente apenas uma criança mantém aneurisma. Conclusões: O risco de lesões cardíacas associou-se à idade inferior a 2 anos, como descrito em outras séries. A origem geográfica em comum e a presença de diversos agentes infecciosos, pode indiciar, a importância da causa infecciosa como desencadeadora do processo.
- Hospitalização em crianças com infecção por rotavírusPublication . Neves, R; Luis, C; Brito, MJ; Varandas, L; Ferreira, GC; Machado, MC
- Internamento por malária importada em crianças, em dois hospitais da Grande LisboaPublication . Freira, S; Luis, C; Brito, MJ; Santos, C; Carreiro, H; Ferreira, GC; Varandas, LIntrodução: Apesar de em Portugal não haver malária endógena, a crescente mobilidade das populações e os laços históricos com África possibilitam a importação de casos para o nosso país. O presente estudo pretende contribuir para melhorar o conhecimento epidemiológico e clínico da malária importada na região de Lisboa Métodos: Realizou-se um estudo descritivo das crianças com malária, internadas em dois hospitais da Grande Lisboa, durante um período de seis anos (1999-2004). Resultados: Foram identificados 134 casos, sendo a mediana das idades de sete anos. A maioria (93,3%) era de origem africana e referia estadia em região endémica (90%). O Plasmodium falciparum foi o agente etiológico mais frequente (73%). A febre foi a manifestação clínica mais frequente, seguida de manifestações gastrointestinais e cefaleias. Ocorreram complicações em 42% dos doentes, sendo a trombocitopenia (19,4%) e a anemia grave (9%) as mais frequentes. A halofantrina e o quinino foram os anti-maláricos mais usados. Conclusões: A malária importada é uma patologia relativamente comum na Grande Lisboa e, dada a inespecificidade do quadro clínico, todas as crianças febris ou doentes com estadia recente num país endémico devem ser rastreadas para esta entidade.
- Meningite por echovirus tipo 13Publication . Correia, P; Brito, MJ; Andrade, H; Neves, C; Ferreira, GC; Vasco, E; Machado, MCAs infecções por echovirus tipo 13 são raras. Até ao ano de 2000 não tinha havido registo de infecções por este agente em Portugal, altura em que 11 casos de meningite foram internados no Serviço de Pediatria do Hospital Fernando Fonseca. Em Inglaterra e Espanha, no mesmo ano, foram documentados surtos de meningite por este agente. A propósito destes factos os autores fazem uma análise epidemiológica da sua casuística.
- Parotidite bacteriana neonatalPublication . Aguiar, T; Dias, A; Ferreira, GCA parotidite bacteriana neonatal é uma patologia pouco frequente no recém-nascido e também pouco referida na literatura. Inicialmente descrita em 1878, foram relatados até ao momento cerca de 100 casos. Objectivo: Análise casuística de parotidite bacteriana neonatal no Departamento de Pediatria do Hospital Fernando Fonseca. Material e métodos: Estudo retrospectivo dos 4 casos de parotidite bacteriana neonatal internados de 1 de Março de 1997 a 28 de Fevereiro de 1999. Resultados: Verificou-se uma incidência de 1/2365 nados vivos no Hospital Fernando Fonseca no período acima referido. A doença manifestou-se entre o 10º e o 20º dia de vida, aparecendo uma tumefacção na região parotídea (acompanhada de febre em 3 casos); verificou-se boa resposta clínica e laboratorial à antibioterapia endovenosa, sem necessidade de drenagem cirúrgica e sem ocorrência de recidivas. Os exames culturais revelaram Escherichia coli em 2 casos (isolamento no pús recolhido do orifício do canal de Sténon) e Streptococcus do grupo B num caso (isolamento em hemocultura). Três dos recém-nascidos eram do sexo feminino e apenas um era prematuro. Conclusões: A incidência da parotidite bacteriana no Hospital Fernando Fonseca está de acordo com a referida na literatura. O diagnóstico desta situação é claramente clínico, podendo ser confirmado através de estudo ecográfico. Os agentes envolvidos na nossa casuística não são no entanto os descritos na literatura, pelo que se discute a escolha de terapêutica empírica inicial, bem como a duração total da antibioterapia.
- Severe megaloblastic anaemia in an infantPublication . Rodrigues, V; Dias, A; Brito, MJ; Galvão, I; Ferreira, GCVitamin B(12) or cobalamin deficiency, a rare clinical entity in pediatric age, is found most exclusively in breastfed infants, whose mothers are strictly vegetarian non-supplemented or with pernicious anaemia. In this article, the authors describe a 10-month-old infant admitted for vomiting, refusal to eat and prostration. The infant was exclusively breastfed and difficulties in introduction of new foods were reported. Failure to thrive since 5 months of age was also noticed. Laboratory evaluation revealed severe normocytic normochromic anaemia and cobalamin deficit. A diagnosis of α-thalassemia trait was also made. Maternal investigation showed autoimmune pernicious anaemia. This case shows the severity of vitamin B(12) deficiency and the importance of adopting adequate and precocious measures in order to prevent potentially irreversible neurologic damage.
- Timor – Queluz: duas realidades geográficas, culturais e económicas: que diferenças no estado nutricional?Publication . Abadesso, C; Nunes, S; Ferreira, GCObjectivo: Avaliação de indicadores antropométricos do estado nutricional de duas populações pediátricas, uma de um país em desenvolvimento (Timor Leste), recuperando de uma situação de destruição de recursos, e outra de Queluz, cidade da Área Metropolitana de Lisboa, com fluxos migratórios significativos na comunidade local. Métodos: Estudo transversal do estado nutricional de duas populações com idade inferior a 15 anos, estratificados por sexo e idade. Os parâmetros antropométricos avaliados - peso, estatura (comprimento/altura), perímetro braquial (MUACMedian upper arm circunference) e prega tricipital – foram comparados com as tabelas de referência do CDC/OMS e expressos sob a forma de z-scores do peso-idade, estatura-idade, peso-estatura, MUAC-idade, MUAC-estatura e índice de massa corporal (IMC). Determinaram-se os percentis das áreas gorda e muscular para a idade. Utilizaram-se métodos de estatística descritiva, e os testes t-student e qui-quadrado para a comparação entre os grupos. Resultados: Incluíram-se 338 crianças (n=169 em ambos grupos), 73.4% com idade inferior a 5 anos. Os z-scores médios peso-idade, estatura-idade, peso-estatura, MUAC-idade e MUAC-estatura foram de -1,9 ± 1,2 vs 0,4 ± 1,2, -1,3 ± 1,5 vs 0,2 ± 1,4, -1,5 ± 1,2 vs 0,5 ± 1, –2,1 ± 1 vs 0,4 ± 1 e –2 ± 1 vs 0,2 ± 1 para a população de Timor e de Queluz, respectivamente. Encontrou-se um estado de malnutrição grave apenas nas crianças timorenses (n=17, 12,1%). O score z médio para o IMC foi de -1,7 ± 1,7 nas crianças timorenses vs 0,1 ± 1,3 no grupo de crianças de Queluz. O número de crianças maiores de 12 meses com área gorda e área muscular inferior ao percentil 5 para a idade foi significativamente superior em Timor (n=124 vs n=18 e n=37 vs n=2, respectivamente), sendo essas diferenças observadas em todos os grupos etários. Conclusões: A população timorense é considerada uma população de risco pela prevalência de desnutrição, que é predominantemente energética. O estado de nutrição das crianças de Queluz encontra-se dentro da média para uma população pediátrica de referência, sendo de destacar que regiões de países desenvolvidos, mesmo com carências económicas e com populações imigrantes, apresentam uma diferença muito significativa para os países em desenvolvimento.