Browsing by Author "Melo, J"
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- Um caso de mania crónica numa doente com diagnóstico duplo de doença bipolar tipo I e perturbação delirantePublication . Martins, M; Gracias, MJ; Melo, JOs autores descrevem o caso de uma doente de 62 anos, sem antecedentes psiquiátricos pessoais ou familiares até aos 52 anos, altura em que inicia ideias delirantes de conteúdo somático e hipocondríaco em que acredita ter ficado doente com um “problema na cabeça” após um pequeno traumatismo no local de trabalho. É internada pela primeira vez dois anos depois do referido traumatismo com o diagnóstico de perturbação delirante tipo somático, tendo tido alta com o delírio enquistado e sem crítica para o estado patológico. Inicia acompanhamento em consulta externa de psiquiatria, com má adesão terapêutica em ambulatório, com novo internamento cerca de 1 ano depois, por agravamento das ideias delirantes somáticas e hipocondríacas. Cerca de 3 anos depois, começa a manifestar sintomas maniformes de gravidade crescente (ideias sobrevalorizadas de grandiosidade, aumento da energia, taquipsiquia, aumento do débito do discurso, desinibição, elação de humor e redução da necessidade de sono); posteriormente o quadro agrava-se com o aparecimento de ideias delirantes persecutórias e alucinações auditivo-verbais, situação que motiva novo internamento, com um episódio maníaco franco. É feito o diagnóstico duplo de perturbação delirante e perturbação bipolar tipo I, numa doente com funcionamento pré-mórbido hipertímico. Desde então e durante cerca de 4 anos mantém-se com quadro clínico relativamente estável caracterizado por humor tendencialmente elevado, ideias de grandiosidade, discurso prolixo e de débito aumentado, aspecto externo por vezes excêntrico e sem crítica para o estado patológico. Os autores discutem a evolução e as implicações clínicas de uma forma particular e relativamente pouco frequente da doença bipolar, a mania crónica.
- Compreender o inconsciente através das memóriasPublication . Melo, JBaseado na Conferência proferida no Simpó- sio do Serviço de Psiquiatria do HFF, o presente trabalho faz referência aos diferentes tipos de memórias e, com ilustrações clínicas, estabelece uma relação entre estas e o Inconsciente, tal como foi descrito por Freud. É referido que o recalcamento atua apenas sobre os conteú- dos da memória explícita, enquanto que a memória implícita guarda as experiências que não conseguem ser evocadas conscientemente, manifestando-se como reações emocionais, comportamentos ou desempenhos em diversas situações da vida quotidiana e no processo transferencial.
- O conceito de pensamento paleológico segundo ArietiPublication . Melo, JA Lógica Aristotélica, que é caracterizada por quatro leis, é a mais comummente aceite como representativa do pensamento normal, considerando-o no seu aspecto formal. Arieti defende a existência doutra lógica, que denomina de «Paleológica», que era dominante no ser humano no inicio da sua evolução e que ocorre também em certas características do pensamento infantil e ainda no processo primário (modo de funcionamento do inconsciente). O mesmo autor considera que essa lógica, que se encontra quiescente, emerge no pensamento esquizofrénico, dominando-o e sobrepondo-se à Lógica Aristotélica. O paciente esquizofrénico abandona as normas Aristotélicas de pensamento e adopta a forma Paleológica afim de escapar à angústia, porque, ao interpretar a realidade à luz da Lógica Aristotélica, esta é sentida como ameaçadora e insuportável. Finalmente, Arieti esclarece que os princípios da Paleológica não explicam os fenómenos dinamicamente, apenas formalmente. O estudo dos mecanismos psicodinâmicos revela o quê e o porquê (conteúdo e motivação), ao passo que o estudo dos mecanismos formais revela como se processam o pensamento e o sentimentos.
- Doença Bipolar e Perturbação Borderline da Personalidade - Comorbilidade ou ContinuumPublication . Ferreira, B; Lopes, B; Lourenço, A; Melo, J; Maia, TA associação entre a doença bipolar e a perturbação borderline da personalidade tem sido alvo de vários estudos. Alguns autores salientam a frequente comorbilidade e apontam para um agravamento do prognóstico da doença bipolar, uma vez que sintomatologia relacionada com o abuso de álcool, drogas e outras substâncias, os comportamentos suicidários e impulsividade, frequentemente associados à perturbação borderline, dificultariam o tratamento. Outros autores associam esta sintomatologia ao próprio diagnóstico de doença bipolar, defendendo um continuum entre estas duas entidades em que a perturbação borderline da personalidade seria uma variante "ligeira" de uma perturbação afectiva primária. Abordaremos as diferentes posições e as suas implicações clínicas e terapêuticas.
- Empatia: ferramenta pró-social explorada num grupo terapêuticoPublication . Graça, J; Palma, M; Mendonça, C; Cargaleiro, I; Melo, JIntrodução: A empatia é um conceito multi- dimensional que engloba a capacidade de in- ferir um estado emocional e responder a emo- ções vivenciadas pelo outro, podendo ser assim categorizada em empatia cognitiva e emocional. É uma capacidade que se desenvolve pre- cocemente através, sobretudo, da interação com as figuras parentais. Não é exclusiva dos seres humanos e tem sido conservada evolutivamente, constituindo a base da moralidade, da socialização e do pacifismo. A desregulação empática, que pode ser avaliada psicometricamente, ocorre em perturbações mentais como a esquizofrenia, a perturbação afetiva, as perturbações de personalidade, entre outras. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório prospetivo longitudinal que pretende avaliar a evolução da empatia, medida pelo Quociente de empatia, aos 0 meses e aos 9 meses e, secundariamente, a evolução desta em subgrupos demográficos e nosológicos. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 22 doentes que frequentaram o Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hos- pital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, entre setembro de 2011 e junho de 2012. No Hospital de Dia, para além das atividades regulares, foi desenvolvida a atividade terapêutica “Empatias” que consistiu no desenvolvimento de relações diádicas promotoras de empatia e num grupo te- rapêutico quinzenal com enfoque na tomada de perspetiva. Para a análise estatística foi utilizado o teste T-Student e o ANOVA. Resultados e Discussão: Não se encontraram diferenças significativas entre o QE aos 0 me- ses e aos 9 meses (QE=39,2 vs QE=39,7 pontos, respetivamente, p=0,813), tendo-se verificado uma estabilidade do traço empático medido através do QE nesta população. No entanto exis- tem algumas limitações, como a existência de fatores confundentes, o tempo curto de obser- vação e a ausência de validação da escala psico- métrica para a população portuguesa. Conclusão: Nesta população de doentes com perturbação mental compensada que frequen- taram o Hospital de Dia o traço empático mos- trou estabilidade longitudinal. A investigação na área da empatia é ainda exploratória e este estudo pretende ser um contributo para a ava- liação longitudinal da empatia, tendo em conta o papel desta na perturbação mental
- O estigma da doença mental: que caminho percorremos?Publication . Xavier, S; Klut, C; Neto, A; Ponte, G; Melo, JO estigma da doença mental tem sido alvo de crescente atenção nos últimos anos, com um aumento exponencial de publicações sobre o tema. Este fenómeno constitui para os doen- tes uma fonte de sofrimento, representando um obstáculo à concretização de projectos pessoais e à integração social plena, objectivo principal da prática psiquiátrica actual. Neste artigo, os autores fazem uma revisão selectiva do tema do estigma da doença mental, abor- dando as suas definições, origens, repercus- sões, vivências dos doentes e abordagens para o combater. A literatura revela tratar-se de um fenómeno complexo, cujas definições provêm de diferentes campos do conhecimento (socio- logia, psicologia e psiquiatria). O seu impacto na vida das pessoas com doença mental é evi- dente, condicionando perda de oportunidades, prejuízo da auto-estima e auto-conceito, quali- dade de vida, suporte social e empowerment e actuando como uma barreira ao desempenho dos papéis sociais habituais. O estigma pare- ce ainda comprometer o acesso a cuidados de saúde, não apenas ao tratamento psiquiátrico, mas também a cuidados médicos gerais, com aumento da morbilidade e mortalidade desta população vulnerável. Tem sido dedicado um considerável esforço à compreensão deste fe- nómeno e ao delinear de estratégias anti-estig- ma, que passam também pela sensibilização dos profissionais de saúde para o tema, tendo em vista a melhoria da prática clínica e qualidade dos cuidados prestados.
- O pássaro de Dódo e os factores comuns em psicoterapiaPublication . Trancas, B; Melo, J; Santos, NB
- Psychoeducation for bipolar disorders’ patients: the “Porta Aberta” programmePublication . Klut, C; Xavier, S; Graça, J; Carreteiro, G; Melo, JPsychoeducation is currently considered to be a fundamental intervention in the management of bipolar disorders. A psychoeducation group programme for patients with bipolar disorders, aimed at euthymic patients just prior to their discharge from the acute psychiatric inpatient unit, named “Porta Aberta” (Open Door), has been implemented since 2007 at the day-hospital of our psychiatric department (Amadora, Portugal). In this article, the authors provide a brief review of the relevant literature on this subject and also assess the effectiveness of the “Porta Aberta” programme in reducing the average number and duration of readmissions; they determine whether individual characteristics (gender, marital status and disorder subtype) may influence outcome.
- Reflexões sobre o Conceito de Ressonância em GrupanálisePublication . Melo, JPartindo do conceito de «Ressonância», formulado por S. H. Foulkes no contexto da fenomenologia da situação grupal, o autor reflecte sobre o mesmo, ilustrando-o com exemplos clínicos, propõe hipóteses sobre os seus mecanismos subjacentes e articula-os com outros conceitos oriundos da teoria da técnica psicanalítica e grupanalítica.